Por Renata Kurisu
Sara Junger é a criadora do "Albergue da Comunidade"
Sara Junger é a criadora do "Albergue da Comunidade"
Jovem desenvolve ideia para receber turistas no Vidigal, no Rio de Janeiro.

Fugindo do mundo tecnlógico e fashion como o Purebreak fez ao apresentar o sucesso "Dujour" no último Realizadores, agora é hora de conhecer Sara Junger! Cheia de ideias, ela não imaginava que ao criar o Albergue da Comunidade chamaria tanta atenção. A iniciativa da jovem de, apenas, 26 anos em desenvolver um projeto para tentar facilitar a vida de turistas, a maioria estrangeiros, fez muito sucesso. Criado em junho de 2013, um ano depois ela já pode comemorar!

Moradora da comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro, Sara explica que pensou em fazer o Albergue após uma viagem para o exterior: "A ideia surgiu através de uma viagem para a Irlanda, onde a hospedagem domiciliar já era uma prática comum de hospedagem alternativa aos estudantes de intercâmbio e aos turistas", conta.

Ajuda na renda

Um dos incentivos para a elaboração do projeto foi a necessidade de crescer sua renda mensal e também ajudar outros moradores da região. Com isso tudo, a idealizadora já conta com 25 casas cadastradas em sua rede esperando para receber hóspedes, que ficaram bem movimentadas com a Copa do Mundo acontecendo no Brasil.

"O que me incentivou a criar o Albergue foi para complemento de renda, onde eu na minha casa comecei a alugar um dos quartos para estudantes, pesquisadores e turistas. Essa experiência incentivou a multiplicar a ideia aos moradores da comunidade, para que o mesmo possa gerar renda com turismo aproveitando dos grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas", continua.

Comunidade do Vidigal chama atenção com projeto Albergue da Comunidade
Comunidade do Vidigal chama atenção com projeto Albergue da Comunidade

Equipe de uma pessoa só e colocando em prática

Com uma grande responsabilidade em suas mãos, Sara revela estar trabalhando sozinha na gerência: "O projeto atualmente é gerenciado e administrado por mim, sem ajuda de terceiros. No decorrer surgiram diversos voluntários que se propuseram a contribuir no planejamento e infelizmente não permaneceram para execução".

Foi através de diversas ações no Vidigal que ela conseguiu finalmente colocar em prática os seus sonhos. A jovem passou a consultar moradores e a intermediar a negociação do aluguel de um quarto.

"Esse projeto foi colocado em prática com varias ações na comunidade e divulgação com panfletos e publicidade. O morador era recepcionado no escritório localizado no prédio da Associação do Moradores. Após esse processo era agendado uma visita para tomada de fotos da casa. Com as informações completas, cadastrávamos a casa em diversos sites de reservas on-line e também outros meios de divulgação. Assim fazíamos a comunicação com os hóspedes interessados", conta ela.

Recebendo os turistas

Nada foi pensado de forma superficial por Sara! Ela faz questão de que os viajantes comecem a se sentir em casa: "A recepção dos hóspedes é na entrada da comunidade levando o mesmo até a acomodação alugada. Nesse percurso era feito um breve tour pela favela mostrando os principais pontos turísticos e acessos aos supermercados, restaurantes e transporte público".

Por causa do Mundial de futebol, a procura por um local mais em conta, perto das atrações turísticas e com uma bela vista começou a ficar intensa. A criadora do Albergue comenta que diariamente ela recebia muitas solitações.

"Nos 5 meses anteriores a Copa do Mundo foi recebido cerca de 4 mensagens ou outro tipo de comunicação por dia de pessoas interessadas a se hospedar", diz.

Casas do Vidigal recebem turistas através do Albergue da Comunidade
Casas do Vidigal recebem turistas através do Albergue da Comunidade

Sucesso do projeto

Sara não atribui a fama do Albergue à Unidade de Policia Pacificadora (UPP), que desde 2012 encontra-se baseada na comunidade. Para ela, a presença dos policiais não modifica em nada a procura de hospedagem da parte das pessoas.

"O sucesso do Albergue da Comunidade atribuo a mim em tornar o projeto legítimo, sem ajuda de patrocínio. Gerando renda aos moradores comuns da comunidade do Vidigal, onde os mesmos tiveram como oportunidade um intercâmbio cultural e a convivência com pessoas de diversos lugares do mundo. Deixando um legado aos hospedados a realidade da nossa comunidade e fora do turismo tradicional. O fato da UPP estar presente na comunidade não atribui o sucesso do projeto, pois o papel da polícia não é somente passar a segurança ao turista, mais também ao morador que convive no dia a dia", conclui ela.

Então da próxima vez que for viajar não consulte só o "Expedia" e veja outras alternativas de acomodação! Caso venha ao Rio, procure o projeto através do site oficial e veja locais disponíveis com seus valores.

(Escrito por: Renata Kurisu)

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