Apaixonada por livros, séries e restaurantes com comida diferente. Libriana e curiosa, poderia passar horas pesquisando sobre os mais diferentes assuntos. Poucas coisas me fazem tão feliz quanto correr na praia, ir para um barzinho e comer um docinho após o almoço.
Quanto mais achamos que sabemos de tudo sobre o universo, ele vai lá e nos impressiona. Agora, cientistas investigam uma coisa muita curiosa que vem acontecendo no sistema solar.

Algo estranho está acontecendo na borda do nosso sistema solar. Essa é a conclusão a que chegou uma equipe internacional de pesquisadores que vem observando essa região. A surpresa veio quando eles descobriram que o limite que marca a borda do nosso sistema é muito mais irregular do que o esperado.

As esferas de influência do nosso Sol

Nosso sistema solar se estende, a despeito do que possamos pensar, além da órbita de Plutão e dos cometas que orbitam muito além da órbita do mais famoso dos planetas anões. Os limites do nosso sistema solar não são, de fato, marcados pelos objetos que orbitam nossa estrela, mas pelo limite que conhecemos como heliopausa.

A heliopausa marca o limite onde termina a "bolha magnética" do Sol, onde os ventos solares da nossa estrela colidem com o espaço interplanetário. A área dentro desse limite é chamada de heliosfera. Dentro dessa região há uma região menor, demarcada pela chamada Frente de Choque de Terminação Heliosférica (HTS). A partir dessa região, os ventos solares perdem força ao encontrarem o meio interestelar. O choque faz com que a densidade de partículas desse vento aumente.

Além do magnetismo

Há outro limite muito mais distante que marca a influência de nossa estrela, o da esfera de Hill. Isso se refere à área em que a influência gravitacional é dominada pela presença do Sol. A esfera de Hill cobre um raio de mais de 200.000 unidades astronômicas (UA).

Uma heliopausa "enrugada e oblíqua"

Foi na Heliopausa e no HTS que a equipe de pesquisa encontrou a anomalia: uma estranha rugosidade que contradiz nossos modelos existentes. Não foi o fato de os ventos solares terem criado irregularidades nessa região que surpreendeu os astrônomos, mas a escala das irregularidades - as variações chegam a dez unidades astronômicas.

As medições realizadas em 2014 indicaram várias assimetrias nessas camadas, que não correspondiam às previstas pelos modelos físicos que nos informam sobre sua estrutura. Essas irregularidades, assimetrias e obliquidades abrangem dimensões espaciais e temporais.

As sondas que surfaram as ondas

O estudo foi publicado recentemente na revista Nature Astronomy e foi realizado com observações de diversas fontes. Isso incluiu observações feitas pelas sondas Voyaver 1 e 2, os dois objetos feitos pelo homem que enviamos mais longe. As sondas cruzaram essa fronteira e a analisaram em trânsito.

"A sonda Voyager fornece a única medição direta in situ da localização dessas fronteiras. Mas somente em um ponto no espaço e no tempo", explicou Eric Zirnstein, um dos autores do estudo, em uma declaração relatada pela Vice.

O "outro IBEX"

Além dos instrumentos a bordo dessas sondas, o satélite Interstellar Boundary Explorer (IBEX) foi fundamental para esse estudo. A ferramenta analisa os Átomos Energeticamente Neutros. Foi por meio desse instrumento que as medições extraordinárias detectadas em 2014 foram coletadas, em conjunto com as medições pontuais feitas pela Voyager durante seus respectivos trânsitos.

A IBEX tem analisado a fronteira do espaço interestelar desde 2009. Ela faz isso a partir da órbita da Terra. Recentemente, o trabalho dessa sonda nos permitiu saber mais sobre como esses ventos solares fizeram sua jornada até a heliopausa, seu destino final.

Pesquisas como essa nos permitem aprender mais sobre a dinâmica desses ventos solares. Conhecê-los é indispensável, pois eles representam um risco constante para nosso modo de vida. As tempestades solares se tornaram uma preocupação para muitos e, somente neste ano, elas nos deram um ou dois sustos, felizmente sem causar problemas sérios.

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