Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
O Irã enfrenta críticas após ter anunciado um suposto "processador quântico" revolucionário, que mais tarde se revelou ser uma placa de desenvolvimento comum. A revelação levou a um reconhecimento público do erro e levantou questões sobre a validade das afirmações tecnológicas do país.

Nunca é tarde se a correção é boa. Algumas semanas atrás, o Irã surpreendeu a todos com um anúncio que levantou mais de uma sobrancelha no setor tecnológico: um "processador quântico" de fabricação própria, um dispositivo de ponta desenvolvido pela Universidade Iman Khomeini (IKIU) que melhoraria a capacidade da Marinha de detectar navios inimigos. Ou pelo menos foi o que as autoridades militares da República Islâmica disseram na época, posando sorridentes com o suposto dispositivo em mãos.

O problema é que o que mostravam para a câmera tinha pouco de quântico. O dispositivo em questão era na verdade uma placa de desenvolvimento com um processador ARM que pode ser comprado sem sair de casa e por menos de 600 dólares.

Um dos primeiros a perceber foi Gabriel Noronha, ex-assessor do Departamento de Estado dos EUA. Após examinar de perto a foto do aparelho iraniano, Noronha fez uma pesquisa e descobriu o que realmente tinha diante dos olhos: uma placa ZebBoard Zynq-7000 com processador ARM Cortex-A9 de dois núcleos. Além disso, a peça em questão podia ser comprada na Amazon por um preço mais que razoável para o orçamento de defesa do Irã: 589 dólares.

E, claro, nada tinha a ver com o suposto "produto do algoritmo de processamento quântico" amplamente divulgado pelo Irã.

Onde eu disse quântico, digo...

Noronha não se calou. Ele compartilhou sua descoberta no Twitter com uma mensagem que acompanhou a foto do contra-almirante iraniano Habibollah Sayyari posando orgulhoso enquanto mostrava para a câmera o suposto processador quântico, um dispositivo no qual - como Noronha notou - podia-se distinguir a marca da ZedBoard. Rapidamente a notícia se espalhou, dando origem até a piadas.

Agora, depois que a notícia viralizou e a foto de Sayyari posando com uma placa de 589 dólares circulou pelo mundo, as autoridades iranianas decidiram responder às críticas. E o fizeram reconhecendo o erro.

Tasnim News, uma agência de notícias semi-oficial do Irã que foi responsável por divulgar o suposto avanço quântico, emitiu um novo comunicado no qual o vice-presidente de pesquisa da Universidade Iman Khomeini de Ciências e Tecnologias da Marinha do Exército "corrige" alguns "problemas" apresentados durante a apresentação realizada semanas atrás em Nowshahr.

Especificamente, aponta um aspecto sensível: "O termo 'algoritmo de processamento quântico' para o algoritmo QPSO-LSTM não foi tecnicamente exato", pode-se ler em uma tradução automática do comunicado, publicado em persa.

"A apresentação da placa FPGA na referida conferência transmitiu aos meios de comunicação do país a falsa ideia de que tal placa é um processador quântico, o que não é o caso", continua: "O princípio do problema do algoritmo proposto, que trata da perturbação dos sistemas de posicionamento dos navios de superfície, é importante e está aprovado para a promoção da segurança marítima".

"Agradecemos à comunidade científica do país que mostrou sensibilidade a este assunto", conclui o comunicado divulgado pela agência. Fica, no entanto, a dúvida de como foi possível o equívoco e como ninguém percebeu antes de ser difundido pela Tasnim News, que ainda mantém sua nota original.

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