Por Carolinne Rigotti
O ex-RBD disse que recebeu o apoio de seus colegas de banda, mas o mesmo não aconteceu com grandes produtores e diretores. Além de perder oportunidades na Televisa, emissora conhecida por produzir "Rebelde" no México, além das rádios se recusarem a tocar suas músicas para "Não apoiar a música homossexual". Até quando situações assim vão acontecer?

Sabe aquela luta pela igualdade, que algumas pessoas até hoje consideram bobagem e acham que todos temos que estar 100% satisfeitos com a forma que tudo está acontecendo? Então, praticamente todos os dias a vida nos mostra que essa mesma luta está apenas no início. Prova disso é que Christian Chávez revelou pela primeira vez que muitas portas se fecharam para ele desde que o artista se assumiu homossexual. Dá uma tristeza só de ler o início da história, né?

Para quem não lembra, perto do fim do RBD, o astro assumiu seu relacionamento com o cabeleireiro do grupo na época. Para início de conversa, a ocasião não ocorreu depois que o cantor se sentiu confortável, mas sim após algumas fotos privadas do casal terem vazado. Em conversa com Adela Micha, Christian revelou que sofreu repressão na época: "Quando eu falei sobre a minha sexualidade, meu pai me disse: 'Sua carreira acabou'. No México, você pode ser gay, mas não aceitam muito bem isso ainda", explica. Uma outra figura do cenário artístico fez o mesmo aviso sobre sua carreira: "As pessoas não querem isso, as marcas não querem se envolver".

Com as fotos vazadas, o astro foi consultar seus colegas de grupo antes de tomar uma atitude e todos o apoiaram. Já o produtor Pedro Damián só via duas saídas: "Ele propôs duas opções. A primeira foi para garantir que as fotos vazadas foram montagens e a segunda era para dizer a verdade. Eles (Televisa) estavam com muito medo do que aconteceria depois disso. Tudo correu bem, mas, no final, não havia ninguém para cuidar de mim", desabafa.

Carreira solo

Já em carreira solo, a dificuldade foi a mesma para encontrar oportunidades no México e Christian relata que os diretores das rádios afirmavam que eles "não apoiam a música homossexual". Com tudo isso que aconteceu, Christian revela uma dúvida se falar sobre sexualidade ajudou no seu trabalho: "Eu não sei. Eu sentei para pensar o que teria sido da minha carreira. A liberdade tem um preço, mas isso é um direito humano. Vale a pena o que você tem que pagar e é bonito ver romances gays na televisão. Agora todos os atores lutam por personagens gays", diz.

A pergunta que não quer calar é: até quando os LGBTQI+ serão obrigados a passarem por situações assim?

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