
Continuando exatamente de onde a produção anterior parou, o novo "Maze Runner: A Cura Mortal" tem como objetivo mostrar Thomas (Dylan O'Brien) e seus companheiros da Clareira finalmente conseguindo o esperado embate contra a organização C.R.U.E.L. e promete a resposta para todas as perguntas levantadas nos longas anteriores. Mas só fica na promessa mesmo...
Com uma sequência inicial de perseguição digna dos grandes filmes de ação – e bem semelhante a "Mad Max: Estrada da Fúria", com os cenários de areia e o tom alaranjado - o filme em seus primeiros minutos já dá o tom para o resto da sequência: frenético, barulhento e de tirar o fôlego. E esse é o ponto forte da produção dirigida por Wes Ball.
O'Brien novamente leva todo o elenco e a história nas costas com sua atuação carregada de balas (claro!), emoção e expressões sofridas. Mas cabe o destaque para Thomas Sangster, que dá vida ao carismático Newt, o melhor amigo do protagonista, que dessa vez não tem um minuto sequer de descanso, principalmente no fim do longa.
Thomas (Dylan O'Brien) e Newt (Thomas Sangster) em cena de ação
Enquanto os personagens masculinos são corajosos, espirituosos e super emotivos, as femininas são fracas e sem personalidade, com exceção de Brenda (Rosa Salazar), que é quase uma Mulher-Maravilha distópica. A mocinha Teresa, vivida por Kaya Scodelario, não funciona em suas cenas solo, entregando diálogos vazios e sem brilho, o que a deixa dependente da interação com Dylan, que garante a dose romântica do filme.
Este pode ser considerado outro ponto alto da obra, já que, mesmo com a tentativa de fazer acontecer um triângulo amoroso entre Thomas, Teresa e Brenda, quando o casal principal está junto em cena não tem pra ninguém. A química entre eles é tanta, que faz torcer até o fim pelos dois, mesmo com as traições passadas da cientista ao seu amado e a própria desconfiança dele em relação às atitudes dela. Mas apesar disso, não vá ao cinema achando que é uma história de amor com pitadas de ação, porque o foco do filme é somente este último. Principalmente porque todos querem saber quais são os reais objetivos da organização que tanto maltratou os protagonistas desde o início da série e como eles conseguirão vencê-los.
E é aí que a produção peca ainda mais: na construção de seus vilões. A cientista Ava Paige (Patrícia Clarkson) é genérica e volúvel em suas decisões, já que em cada momento demonstra um posicionamento diferente e confuso para o espectador, não acrescentando nada significativo ao tema central. Janson (Aidan Gillen), que acaba sendo "escolhido" como o grande vilão, é um personagem sem a motivação megalomaníaca típica dos malvados desse tipo de filme e que talvez até justificaria todo o aparato científico e processos com etapas bizarras aos quais submeteu os protagonistas. E tudo isso fica evidenciado nos minutos finais, que revelam qual é realmente o objetivo raso para ele ter feito tudo aquilo.
Por último, só que não menos importante: todas as perguntas são respondidas? Não. Pelo contrário, mais elementos são inseridos na história e até esses não tem explicação nenhuma. Mas não se desespere achando que vai desperdiçar seu tempo no cinema, "Maze Runner: A Cura Mortal" cumpre seu papel de entreter como filme de ação e pode ser visto até por quem não teve tempo de assistir os outros dois, dá pra entender direitinho! A conclusão da franquia baseada nas obras de James Dashner estreia nas telonas brasileiras na próxima quinta-feira, dia 25 de janeiro. Boa sessão pra você!