Por Beatriz Vianna
Desculpa o Textão: precisamos falar sobre assédio dentro das paredes da universidade
Desculpa o Textão: precisamos falar sobre assédio dentro das paredes da universidade
Infelizmente, casos de assédio não estão restritos a transportes públicos e calçadas da rua. Comentários ou mesmo atos indesejados e constrangedores cansam de acontecer dentro das paredes da universidade, por exemplo. Na maioria das vezes, passam despercebidos pela relação de autoridade entre professor e aluna (o). E é sobre isso que o Desculpa o Textão vai falar desta vez.

Se você é mulher ou pertence a algum grupo social e historicamente marginalizado na sociedade, com toda a certeza, sabe o que é assédio. Não existe hora, lugar ou idade para você ser vítima de um ato constrangedor e humilhante. Nas universidades, por exemplo, isso é mais comum do que a gente imagina entre alunas (os) e professores ou demais funcionários. Mas não é porque você está ali na condição de estudante que precisa relevar atitudes como essas. O Desculpa o Textão te explica o porquê.

Como identificar

O assédio é algo agressivo. Ele constrange, humilha e deixa bem claro quem está na situação de oprimido e quem está na de opressor.

Se algum comentário ou mesmo uma abordagem, nem que seja um toque no seu braço, te deixou desconfortável, saiba que não é "mimimi" ou imaginação da sua cabeça. Não importa que seja um professor de uma disciplina difícil, diretor "mega respeitado" na instituição ou etc. Você não é obrigada (o) a passar por nada que não queira.

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Tipos de assédio

O assédio pode ser verbal, moral, sexual, psicológico e até mesmo virtual. Aliás, não é porque ele é o seu professor que você precisa corresponder às mensagens invasivas disfarçadas de "elogios" que, de repente, ele começa a mandar na sua rede social, por exemplo. Inclusive, neste vídeo da youtuber Maíra Medeiros é possível entender melhor a diferença gritante entre assédio e elogio. Se atente!

Dados e pesquisas

Embora seja uma realidade diária, pesquisas a respeito não são tão populares. Isso porque nem todo mundo se sente confortável em denunciar. Uma das poucas é a do Instituto Avon, feita em 2015. Dados mostraram que 56% de alunas de graduação e pós disseram já ter sofrido assédio de professores, estudantes e demais funcionários.

Lembrando que casos assim podem partir dos próprios alunos e não só do corpo docente. No mês passado, repercutiu o caso de uma aluna de Direito da Universidade Vila Velha. A vítima não identificada, de 22 anos, estava no banheiro feminino quando um aluno do curso invadiu o espaço e a ficou observando e fazendo gestos inapropriados. A jovem pediu ajuda rapidamente a um amigo por mensagem que veio ao seu encontro.

Cabe destacar também os casos de abuso em atividades externas às universidades. Sabe os famigerados Jogos Universitários? O que deveria ser um momento de descontração pode se tornar nocivo às mulheres. Não dá para fechar os olhos diante dos casos velados de violência que assombram diversas meninas. Por mais que não hajam pesquisas específicas em relação a este ambiente, infelizmente, é uma realidade bem mais comum do que a gente imagina. Portanto, quando uma vítima relatar o abuso sofrido não desacredite.

E agora?

Por mais assustador que pareça expor uma situação dessas, denunciar e falar sobre isso é extremamente necessário para que episódios semelhantes ou piores não se repitam. Nem que seja falar com um amigo ou alguém da sua confiança que possa te ajudar a esclarecer o que está acontecendo. Assédio é crime e as universidades precisam ser cobradas quando situações como essas acontecem dentro de seus espaços.

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