Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
A indústria musical enfrenta uma revolução chamada inteligência artificial. Os modelos de IA generativa que criam canções falsas incríveis - como as de Drake e The Weeknd - são um lado dessa moeda, mas há outro. O que, por exemplo, permite que os Beatles possam lançar uma nova música mais de meio século após sua última gravação juntos.

Paul McCartney, o membro dos Beatles, indicou na BBC que havia utilizado um sistema de inteligência artificial para "extrair" a voz de Lennon de uma antiga demo para completar uma canção do grupo que será lançada este ano, embora McCartney não tenha dado datas específicas.

Tudo graças a uma fita. Espera-se que a música seja "Now And Then", uma canção escrita em 1978 por John Lennon. Faz parte de uma série de músicas que Lennon gravou em um radiocassete em seu apartamento em Nova York, resultando em uma fita intitulada "Para Paul".

Uma velha conhecida

A canção poderia ter sido incluída anteriormente como parte de uma "canção de reunião" dos Beatles em 1995, pois naquela época os membros da banda estavam reunindo sua Antologia. Yoko Ono, viúva de John Lennon, enviou a fita a McCartney naquela época.

Já foi tentado. Duas das músicas daquela fita, 'Free as a bird' e 'Real love', foram remasterizadas pelo produtor Jeff Lynne e se tornaram o primeiro "novo material" dos Beatles em 25 anos. A canção 'Now and then' também foi tentada, mas embora tivesse um refrão, "carecia quase totalmente de versos", explicava Lynne na época. "Fizemos a faixa de acompanhamento, uma tentativa bruta que realmente não terminamos".

Não deu certo. McCartney afirmou na entrevista à BBC que George Harrison se recusou a trabalhar nessa canção porque a qualidade da voz de Lennon era "péssima". Para ele, "não tinha um título muito bom, precisava de algum trabalho, mas tinha um refrão lindo e John cantava nela. Mas George não gostou, e como os Beatles eram uma democracia, não a lançamos".

A ideia. De acordo com as declarações do artista, a ideia surgiu após o documentário 'Get Back', que Peter Jackson lançou em 2021 e que narrava a produção do álbum 'Let It Be'. Nesse projeto, Jackson usou um sistema de computador para separar e extrair as vozes do ruído ambiente e de seus próprios instrumentos para obter um áudio o mais claro e limpo possível.

A voz de John Lennon. Jackson, afirmou McCartney, foi capaz de extrair a voz de John de um cassete de baixa qualidade. "Tínhamos a voz de John e um piano e podíamos separá-los com IA", explicou o artista. O diretor de cinema e sua equipe simplesmente ajudaram a rotular e distinguir o som da voz de Lennon, por exemplo, do de sua guitarra, e a partir daí podiam extrair a voz do lendário Lennon.

Remixando. Graças a essa tecnologia, foi possível separar a voz de Lennon para remixá-la como tem sido feito há anos, incluindo os demais instrumentos e vozes necessárias. O que foi alcançado é, portanto, gravar a canção original, mas fazê-lo com muito mais qualidade e sem perder a voz original de Lennon nela.

Atenção, "este é realmente Lennon". McCartney mostrou-se impressionado com o que essa tecnologia possibilitou, mas também alertou sobre os perigos que ela impõe, por exemplo, para recriar a voz de Lennon cantando outras músicas. "Isso é apenas IA", e, ao contrário desse possível futuro, nesta canção "este é realmente Lennon".

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