Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
"Periféricos" mostra que o Prime Video não é apenas Tolkien em uma excelente série de ficção científica adulta e perturbadora
"Periféricos" mostra que o Prime Video não é apenas Tolkien em uma excelente série de ficção científica adulta e perturbadora
O universo das séries de streaming está cada vez mais competitivo, e o Prime Video não fica atrás. Com apostas audaciosas como "Os Anéis do Poder" e agora "Periféricos", a Amazon almeja não apenas competir, mas também se destacar em meio a titãs como Netflix e Disney+.

O Prime Video pode não se igualar à Netflix ou à Disney+ em termos de número de usuários (e nunca saberemos o número exato, porque a Amazon divulga o número de assinantes do serviço Prime, não dos usuários da plataforma), mas é inegável que estão se esforçando. Isso fica evidente não apenas pelo montante investido em produções, como "Os Anéis do Poder", que pode não ter sido 100% bem-sucedida como se esperava, mas sem dúvida colocou a plataforma no radar.

Além disso, há uma ampla gama de séries de qualidade variada: algumas mais modestas, outras mais ambiciosas, mas em sua maioria destacando-se por um motivo ou outro. A nova temporada de "Histórias para Não Dormir" é aguardada com expectativa, suas séries de super-heróis "The Boys" e "Invincible" estão redefinindo os clichês do gênero com mais sucesso que outras plataformas, e embora menos populares, séries como "Night Sky" e "Upload" têm seu mérito.

Agora, a aposta é em "Periféricos", uma série que já inicia com grandes nomes envolvidos. Jonathan Nolan e Lisa Joy ('Westworld', 'Person of Interest') são os produtores executivos, enquanto Vincenzo Natali ('Cube', 'Cypher') dirige vários episódios, incluindo os dois já disponíveis na plataforma. O time criativo envolve nomes associados à alta qualidade em ficção científica, mostrando que a Amazon continua jogando suas cartas corretamente.

Porém, o nome mais atrativo para os fãs do gênero é William Gibson, que escreveu em 2014 o romance que inspirou a série. Ele é o criador do conceito de ciberespaço e do gênero literário cyberpunk com seu livro "Neuromancer". Seu toque distintivo é evidente na série, que explora mundos virtuais e identidades digitais.

Futuros do presente

A série apresenta dois irmãos (ela interpretada pela sempre impressionante Chloë Grace Moretz) que, para pagar o tratamento de saúde de sua mãe em um futuro próximo, aceitam participar de um experimento de realidade virtual. O que pensam ser um sofisticado jogo virtual se revela como uma viagem ao futuro, ao ano 2070, onde terão que realizar missões e conhecer variados personagens.

Com efeitos especiais sutis e uma ambientação impecável, a série mergulha em um futuro sem carros voadores ou edifícios neon, alinhando-se ao estilo literário de Gibson. A trama se desenrola revelando informações aos poucos e optando mais pela reflexão sobre tecnologia do que por ação futurista e efeitos visuais espetaculares.

"Periféricos" pode ocasionalmente se tornar lenta em sua narrativa, diferindo das tradicionais séries do gênero que buscam constantes reviravoltas. Contudo, sua proposta parece ser diferente (assim como outras produções de Nolan e Joy), embora essa estrutura possa por vezes não jogar a seu favor. Será interessante ver como essa filosofia se sustenta ao longo da temporada.

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