Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
Em dezembro de 2022, o governo chinês proibiu a exportação de seus chips Loongson para a Rússia. A reviravolta da China ajudará a Rússia a suportar as sanções dos Estados Unidos.

A China possui uma alternativa própria aos processadores para PCs, servidores e data centers fabricados pela Intel, AMD e outras empresas. A Loongson é uma das poucas empresas chinesas que pode fabricar microprocessadores avançados. No início deste ano, eles iniciaram a distribuição em larga escala de seu chip 3C5000, uma CPU de propósito geral com microarquitetura LoongArch implementada por eles sobre a arquitetura MIPS.

Para a China, os processadores Loongson são críticos, pois são usados em aplicações militares, além de outros cenários. Tanto é assim que seu valor estratégico levou à proibição, em dezembro de 2022, da exportação desses chips para a Rússia, apesar da afinidade econômica e geoestratégica entre esses dois países. A confirmação dessa proibição foi divulgada pelo Ministério de Desenvolvimento Digital da Rússia e inicialmente envolveu todos os chips com microarquitetura LoongArch projetados e produzidos na China.

Os processadores Loongson ajudarão a Rússia a suportar as sanções dos EUA

Até bem em 2023, a Loongson conseguiu contornar as sanções dos EUA. Seus processadores estavam se tornando cada vez mais capazes, pelo menos no papel. Sua maior vantagem é que a microarquitetura desses chips foi projetada especificamente por engenheiros da Academia Chinesa de Ciências. Ao não utilizar as arquiteturas x86-64 ou ARM, essa empresa pôde continuar refinando seus designs sem ser afetada pelas sanções dos EUA.

No entanto, a Loongson tem um ponto fraco: durante a fase de design de suas CPUs, ela utiliza software dos EUA sujeito às sanções implementadas pela Administração liderada por Joe Biden desde março do ano passado. Ainda não está claro qual impacto essa proibição teve nos processos da Loongson, mas as informações disponíveis sugerem que sua atividade continua relativamente normal. De fato, em uma reviravolta relativamente inesperada, suas CPUs finalmente chegarão à Rússia.

Isso foi confirmado pelo jornal Kommersant, uma fonte russa muito confiável, que também antecipou que pelo menos serão utilizados pelos integradores russos Norsi-Trans e Promobit para montar computadores desktop, servidores e sistemas de armazenamento. Segundo o Kommersant, a Norsi-Trans já formalizou um pedido de 100 processadores da família 5000 da Loongson, que é a série mais avançada, como uma espécie de teste, e presumivelmente comprará muitos mais a médio prazo.

O movimento recente da China é uma grande vantagem para a Rússia. Processadores da Intel, AMD, NVIDIA e outras empresas alinhadas com a aliança liderada pelos EUA continuam chegando à Rússia por meio de rotas de importação paralela que têm origem na China, Turquia, Emirados Árabes e outros países aliados. Ainda assim, manter um comércio estável de semicondutores com a China permitirá ao governo de Vladimir Putin contornar a instabilidade associada aos mercados paralelos e fortalecer sua indústria tecnológica, que é uma das mais afetadas pelas sanções dos EUA e seus aliados.

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