Afeganistão: entenda o conflito pelo Talibã no poder e por que mulheres são tão afetadas
Publicado em 17 de agosto de 2021 às 14:21
Por Rahabe Barros | Editora
Libriana, boa de papo e apaixonada por reality show. Louca por gatos, não vivo sem café e com planos de dar uma volta ao mundo são outras curiosidades ao meu respeito. Após 10 anos, sigo encantada pelo jornalismo e por essa evolução diária da comunicação
A retomada do Talibã no governo do Afeganistão está despertando o medo dos cidadãos e, principalmente, nas mulheres, que não querem perder seus direitos sociais e econômicos que tanto lutaram para conquistar nas últimos duas décadas pelo país. Entenda todo o conflito pela chegada do grupo extremista e por que as afegãs serão as mais afetadas!
Afeganistão: mulheres podem ser as mais afetadas com a retomada do Talibã ao poder Afeganistão: mulheres podem ser as mais afetadas com a retomada do Talibã ao poder© Getty Images
O grupo fundamentalista Talibã assumiu o controle da capital Cabul e tomou o governo do Afeganistão, neste último domingo, 15 de agosto de 2021
Afegãos tentam fugir após Talibã reassumir o controle do país; Pendurados em um avião, ao menos três pessoas morreram na tentativa de deixar o Afeganistão
O conflito começou em maio deste ano, quando o governo dos Estados Unidos decidiu retirar as tropas restantes no país asiático
Os extremistas do grupo Talibã iniciaram uma série de ataques a províncias da região e capturou todo o território da capital de Cabul
No comando, o Talibã libertou membros do Daesh e da Al-Qaeda, grupo de terroristas, das prisões em Cabul e arredores
Após Talibã tomar o Afeganistão, Biden defende decisão de retirar militares americanos: "Os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar"
Mulheres afegãs não querem perder seus direitos sociais e econômicos que tanto lutaram para conquistar nas últimos duas décadas pelo país
Veja + após o anúncio

O grupo fundamentalista Talibã assumiu o controle da capital Cabul e tomou o governo do Afeganistão, neste último domingo (15). O conflito começou em maio deste ano, quando o governo dos Estados Unidos decidiu retirar as tropas restantes no país asiático. Com isso, os extremistas iniciaram uma série de ataques a províncias da região e capturou todo o território. Nesse conflito, muitas mulheres serão afetadas e o Purebreak te explica o por quê!

O que é o Talibã?

Antes de tudo, vamos ao que é o Talibã! Atuando tanto de forma política quanto militar, ele é um grupo fundamentalista, de visão extremista da religião islâmica e que está pelo Afeganistão desde 1990.

Entre os anos de 1996 e 2001, o Talibã esteve no comando do país com o nome de Emirado Islâmico do Afeganistão. Nessa época, depois de tantos conflitos entre a invasão soviética e a guerra civil, o local estava um caos, sem acesso aos itens mais básicos que todo ser humano precisa para sobreviver, como água potável, comida e eletricidade. Com a população dependendo de ajuda humanitária, o Talibã impediu que ações internacionais entrassem no país, por política de desconfiança em relação a não-mulçumanos.

Mas eles são terroristas?

O foco do Talibã, inicialmente, era estabelecer um governo com visão extremista do Islã. No entanto, eles acabaram firmando parcerias com a organização Al-Qaeda, grupo terrorista criado por Osama Bin Laden, homem mais procurado do mundo em 2001, depois de comandar o maior ataque terrorista já visto no mundo: orquestrar o sequestro de dois aviões civis e lançá-los contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, nos EUA.

O Talibã queria focar em ações de política interna, no Afeganistão e partes do Paquistão, mas o governo caiu depois da invasão dos Estados Unidos, chamada de "Guerra ao Terror", naquele mesmo ano. A partir daí, o grupo passou a usar muita violência, ameaças, praticar o terrorismo, como por exemplo homens-bomba.

Quando o Talibã conseguiu retomar o poder?

Em outubro de 2014, o exército estadunidense apenas virou treinamento e um apoio para as forças armadas do Afeganistão e, com isso, o Talibã viu a chance de usar todas sua manobras políticas e militares para se reerguer de vez e tomar o governo.

Em 2020, mais especificamente em fevereiro, eles já estavam quase 100% à frente do controle territorial do Afeganistão e assinaram um "acordo de paz" com os EUA. A ocupação estrangeira demorou um pouco além do previsto para sair pela transição na política, com Donald Trump deixando a presidência para que Joe Biden pudesse assumir o posto.

Com isso, o Talibã foi assumindo cada vez mais o controle e, no último domingo, eles chegaram pela capital Cabul e declararam a retomada pelo palácio presidencial. Antes, eles queriam negociar uma transição pacífica do poder, mas parece que não foi preciso combater resistência já que, horas antes, o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, fugiu do país. Vale destacar que, no comando, eles libertaram membros do Daesh e da Al-Qaeda das prisões. Um vídeo impactante mostrou Afegãos tentam fugir após Talibã reassumir o controle do país. Veja!

© Getty Images
Mulheres serão as mais afetadas pela retomada do Talibã

Mas por que as mulheres serão as mais afetadas pela volta do poder do grupo Talibã? Com a volta deles, as afegãs estão com medo de perder seus direitos sociais e econômicos que tanto lutaram para conquistar nas últimos 20 anos por conta da interpretação radical e estrita da lei islâmica deles.

Desde a retomada do poder, de acordo com a BBC Monitoring, as mulheres já não estão mais atuando como apresentadoras de TV e fotos com modelos sem véu e maquiadas pelas vitrines da capital estão sendo cobertas de tinta.

Afegãs estão sem esperança para viver no país

Em entrevista à "BBC", uma mulher, que não quis se identificar, falou sobre a falta de esperança. "Eu tinha muitos planos para o meu futuro, mas agora não posso trabalhar e nem ir para a universidade. Estou procurando uma maneira de sair do Afeganistão porque não há esperança para as mulheres", lamentou.

Já a ativista pelos direitos das mulheres e crianças em Cabul, Mahbouba Seraj, quer lutar para dialogar com o grupo Talibã.

"Se as mulheres do Afeganistão, as que estão envolvidas e temos trabalhado, pudessem se sentar à mesa e conversar com essas pessoas, eles poderiam ser inteligentes e se conscientizar sobre os recursos que têm com as mulheres. Porque antes disso, antes do Talibã, nem o mundo, nem nossa própria república, via realmente a força da mulher afegã", disse.

Palavras-chave
Polêmica Política Mundo
Tendências
Todos os famosos
Últimas Notícias
Príncipe Andrew participou de orgia com menores de idade na ilha de Jeffrey Epstein, chefe de rede de tráfico sexual
Príncipe Andrew participou de orgia com menores de idade na ilha de Jeffrey Epstein, chefe de rede de tráfico sexual
4 de janeiro de 2024
Corpo de Bruna Marquezine impressiona: atriz usa biquíni cavado e body chain ao chegar em Noronha
Corpo de Bruna Marquezine impressiona: atriz usa biquíni cavado e body chain ao chegar em Noronha
4 de janeiro de 2024
Júlio Cocielo pode pegar até 5 anos de prisão por falas racistas na web; MPF identificou 9 posts com preconceito racial
Júlio Cocielo pode pegar até 5 anos de prisão por falas racistas na web; MPF identificou 9 posts com preconceito racial
4 de janeiro de 2024