Por Bruno Janot
Produção que conta os últimos dias do ex-presidente do Brasil estreia nesta quinta-feira (1).

Filmes que tratam de História podem ser um grande aliado na hora dos estudos. Afinal de contas é muito mais fácil aprender sobre um determinado acontecimento vendo tudo sendo ilustrado, né mesmo? Então, você que tá fazendo vestibular esse ano, que tal estudar indo ao cinema? Gostou da ideia?! Nessa quinta-feira (1), feriado do Dia do Trabalho, estreia "Getúlio", que conta os últimos dias de vida do presidente Getúlio Vargas.

Apesar do título, o filme não se trata de uma cinebiografia de um dos nomes mais importantes da política brasileira – que dirigiu o país em dois momentos, num deles chamado de "Era Vargas", quando ficou no poder por 15 anos seguidos. Mais do que isso, o longa de João Jardim é a dramatização, com toques de suspense, de um dos períodos históricos mais intensos que vividos por aqui.

A história se fixa nos 19 dias de agosto de 1954, cheios de escândalos, conspirações e traições, que passam entre o atentado ao jornalista de oposição Carlos Lacerda até o suicídio do ex-presidente no dia 24 de agosto. No ano em que completa 60 anos do fato histórico, a produção mostrará ainda um novo trecho da carta escrita por Vargas antes de se matar. No documento Getúlio diz: "Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História".

Trailer Getúlio

O roteiro, escrito por George Moura (da série "Amores Roubados") permite descobertas sobre outros aspectos de Getúlio, como a de que em sua intimidade, era um homem simples, cotidiano. Ao mesmo tempo, mostra o lado "pai dos pobres", como foi chamado por seus simpatizantes, através da regulamentação das leis trabalhistas, e também o caráter ditatorial que teve, com censura e denúncias de corrupção.

Para ajudar a entender melhor todo o contexto, a caracterização é peça fundamental do filme. E isso a produção não fica devendo em nada! Tony Ramos está perfeito na pele do ex-presidente, principalmente no momento em que estava acima do peso. A reconstrução dos cenários foi outro detalhe importante. Parte das filmagens foi no ambiente onde realmente aconteceu a história: o Palácio do Catete, que hoje é um museu. Era lá a antiga sede da Presidência da República, no Rio, capital do país na época – palco de reuniões ministeriais, mas também residência do presidente.

Assim, "Getúlio" se faz uma boa opção de estudo. É um belo filme com um desfecho doloroso, por mais que todos já saibam como a história termina. Mas isso não diminui em nada a importância de se aprender um pouco mais sobre esse fundamental momento da política brasileira, ainda mais em ano de eleição.

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