Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
Quando pensamos na pecuária que leva carne e outros produtos animais para as nossas geladeiras, é mais provável que pensemos no fim da vida do animal e não no início. Tendemos a esquecer que tudo começa com a inseminação, e que há toda uma pequena indústria por trás disso. Uma que começa, nada menos, com a extração do esperma de um animal.

Ao longo do século XX, o peru foi um dos animais de criação que sofreu as mudanças mais radicais, especialmente em um aspecto: o tamanho. Essas aves dobraram de tamanho em menos de cem anos e em parte isso se deve a novas técnicas de inseminação. Para conseguir isso, extrair o esperma desses animais é um processo-chave. Claro, existem empresas e profissionais especializados nisso.

Mas antes de considerar como as inovações nessas técnicas facilitaram o aumento da produção pecuária, não apenas em relação ao tamanho dos perus, mas também ao seu número (estima-se que só em 2021 nos Estados Unidos foram abatidos mais de 216.000 perus), pode ser bom entender o porquê.

E é que o processo de coleta de esperma dos machos para inseminar as fêmeas pode parecer um processo muito complicado para algo que acontece naturalmente durante o acasalamento. Mas o processo "artificial" oferece vantagens significativas para os agricultores.

A primeira é que, mesmo em animais relativamente pequenos como as aves de capoeira, às vezes é necessário transportar os machos usados para a reprodução para perto das fêmeas. No caso de animais pesados, como porcos e gado, a diferença pode ser muito notável. Transportar um frasco é geralmente mais fácil.

A segunda vantagem tem a ver com o número de fêmeas que podem ser inseminadas a partir de um macho. Naturalmente, apenas uma fêmea pode ser inseminada por cada ejaculação do macho. Através da coleta de sêmen, é possível otimizar o processo, pois uma pequena quantidade de líquido pode carregar esperma suficiente para fertilizar mais de uma fêmea.

Em conjunto, o processo de inseminação artificial dá aos agricultores mais facilidade para controlar o processo de fertilização e controlar as características das futuras gerações de seu rebanho.

E como é o processo de extração desse esperma? A Hybrid, uma empresa especializada na inseminação de perus, dá algumas dicas sobre esse processo em seu site. O primeiro passo tem a ver com as condições prévias que os machos devem passar para garantir a qualidade do esperma.

O primeiro tem a ver com a luz. Nem sempre as fazendas têm condições de iluminação ideais. Os perus devem receber luz suficiente, pelo menos 14 horas por dia. Se a iluminação natural não for suficiente, deverá ser compensada com iluminação artificial.

Uma nutrição adequada também é importante para obter melhores resultados. A qualidade do esperma pode se deteriorar se os machos forem superalimentados. Garantir a boa qualidade da água também é importante para evitar que possam contrair doenças.

Um processo com técnica

Antes da extração do sêmen que será usado na fertilização, os machos devem ser "pré-ordenhados" pelo menos duas vezes durante a semana anterior. Uma das razões é a de poder examinar a qualidade do esperma coletado de cada macho para se concentrar naqueles de maior qualidade, enquanto continua monitorando a qualidade do esperma do resto para detectar melhorias.

Os coletadores de esperma devem primeiro verificar visualmente a qualidade do esperma coletado. A razão tem a ver com a anatomia das próprias aves. Esses animais não têm genitais externos, mas compartilham uma cavidade, tanto em machos como em fêmeas, com o sistema digestivo e urinário: a chamada cloaca.

É por causa dessa característica anatômica que a possibilidade de contaminação é maior, o que significa que é aconselhável descartar amostras que não sejam brancas por poderem estar contaminadas com fezes, urina ou sangue.

A extração do esperma pode ser realizada por um ou dois trabalhadores. Quando a equipe é composta por dois trabalhadores, um é chamado de "operador" e o outro de "ordenhador". É este último que se encarrega de estimular a área da cloaca da ave e fazer a aspiração do sêmen por meio de um cânula ou tubo introduzido na cavidade do animal.

É aconselhável que o esperma extraído seja utilizado nas horas seguintes à sua extração. Nesse sentido, conseguir equipamentos que mantenham o líquido da melhor forma possível conservado é uma das chaves.

Os perus não são os únicos animais de fazenda que passam por operações semelhantes, embora cada espécie animal tenha suas características peculiares. Também encontramos exemplos na pecuária suína e bovina, animais com diferenças substanciais em relação aos perus. A primeira por serem mamíferos, a segunda, uma questão de tamanho.

No caso dos porcos, a coleta é realizada em locais específicos, boxes ou poços de coleta, onde é colocado uma espécie de cavalete sobre o qual o animal monta para a extração do esperma. Os porcos machos podem excretar mais de 300 mililitros de esperma, embora não de forma homogênea, já que os primeiros 50-150 mililitros são os mais aproveitáveis.

No caso dos touros, o processo de coleta é ainda mais complexo devido ao tamanho do animal. Entre as ferramentas disponíveis para os coletores de esperma, não apenas encontramos o cavalete, mas hoje em dia os fazendeiros e veterinários têm dispositivos elétricos, eletroejaculadores, capazes de coletar o líquido através da emissão de estímulos elétricos no animal.

Os processos agrários tendem a se intensificar em meio mundo. Isso muitas vezes requer mudanças substanciais em processos como a criação de animais. São processos que ficam ocultos, alguns tocando o tabu, como neste caso.

No entanto, a transparência nesses processos é importante, não apenas para permitir que os consumidores saibam de onde vêm os alimentos que consomem, mas também pode influenciar as decisões de consumo. Nem todos os consumidores se sentem confortáveis com esses processos. Alguns podem escolher reduzir seu consumo de carne ou produtos de origem animal em geral, enquanto outros podem optar por produtos provenientes de fazendas menores, menos intensivas e que garantem o bem-estar animal.

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