A Dark Web traz consigo uma imagem negativa. No entanto, isso não era como se supunha que seria inicialmente. Criada com a intenção de garantir que as pessoas em todo o mundo pudessem acessar a Internet de forma anônima, muitos acabaram usando essas funções para seus próprios negócios ilegais. E isso é decepcionante, já que alguns especialistas colocam esse espaço escuro como 90% de toda a Internet.
Ou seja, quase toda a web está oculta à vista e, ao contrário da web comum (Surface Web), não pode ser acessada através de um navegador normal como Chrome ou Firefox. Para acessar de forma anônima, é necessário um navegador chamado Tor, um portal especial que conecta os usuários com a Dark Web, protegendo a identidade do usuário.
É graças a esse anonimato que a Dark Web se tornou um refúgio para a atividade ilegal, onde as pessoas podem comprar malwares, drogas, armas ou até mesmo contratar um assassino. Este magnífico gráfico de Enrique Mendoza com dados de privacyaffairs.com ilustra quais são os produtos mais populares à venda na Dark Web e quanto custam. Lá podemos encontrar desde cartões de crédito, documentos falsificados e informações hackeadas.
Como mostrado na infografia, um dos elementos mais caros incluídos no conjunto de dados é o malware premium, que custa cerca de 5.500 euros por cada 1000 instalações. No outro extremo do espectro estão detalhes para acessar contas do Paypal, logins da Netflix ou dados de cartões de crédito roubados, todos disponíveis por menos de 20€.
No entanto, é surpreendente que os guias de fraude e pirataria são alguns dos itens mais vendidos, tutoriais com o objetivo de ensinar às pessoas como hackear o PayPal ou diferentes sites. Quando ouvimos a palavra Deep Web, pensamos em um grande mercado de drogas e armas de fogo. Mas não é só isso.
Não são apenas drogas e armas: é informação
A Terbium Labs, uma empresa de proteção de riscos digitais, queria desacreditar essa visão e publicou no ano passado um relatório que divide as supostas atividades em 6 categorias para oferecer uma visão da tendência dos itens que mais são vendidos. Eles analisaram 3 mercados: "The Canadian HeadQuarters", "Empire Market" e "White House Market".
Os guias práticos fraudulentos que incluem tutoriais sobre como realizar atividades maliciosas foram os mais vendidos com 49%. Um exemplo: "Como abrir uma conta fraudulenta em uma instituição financeira específica". A maioria tem um preço médio de 7,88€. Os dados pessoais representam 15,9% e incluem nomes, números de telefone, endereços, endereços de e-mail e números de seguros sociais, com um preço médio de 8,45€.
Por outro lado, também encontramos diferentes contas não financeiras e credenciais (8,2%) que incluem contas de serviços como Netflix, Amazon ou HBO. E financeiras, como Paypal, Stripe, Kraken e outros bancos e criptomoedas, que também somam 8%.
Por último, as ferramentas e modelos de fraude podem ser encontrados por um preço médio de 52€ e incluem aplicativos falsos que podem ser usados como trojans para hackear certos sistemas. Ou modelos de sites que podem ser usados para imitar páginas legítimas existentes para realizar ataques de phishing. Os cartões de pagamento que podem levar a cobranças não autorizadas e geralmente variam de 18€ a 200€ são alguns dos produtos mais solicitados. E podem causar danos financeiros substanciais a qualquer pessoa ou entidade.
