Por Victor Viana
Viola Davis entrou para a história nesta segunda-feira (15) ao ser indicada ao Oscar pela quarta vez. Concorrendo na categoria de Melhor Atriz pelo seu trabalho em "A Voz Suprema do Blues", da Netflix, Viola é agora a artista negra mais indicada na história da premiação. Apesar de ser um grande feito, isso só evidencia a desigualdade que ainda existe em Hollywood.

Saiu nesta segunda-feira (15) a lista de indicados ao Oscar 2021 e é óbvio que a internet só está falando sobre isso. Viola Davis, que está concorrendo na categoria de Melhor Atriz pelo seu trabalho em "A Voz Suprema do Blues", acabou se destacando por ter se tornado a atriz negra mais indicada da história da premiação. Essa será a quarta vez que a artista irá concorrer e é impossível não comemorar esse grande feito. No entanto, isso também evidencia o quanto Hollywood ainda é desigual.

A carreira de Viola Davis

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Viola Davis trabalha como atriz desde o final dos anos 90, mas foi em 2008 que a Academia começou a reparar no talento da artista. Depois de concorrer ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por "Dúvida", em 2009, mais portas começaram a se abrir para Viola. Depois disso, vieram as indicações por "Histórias Cruzadas" (2012) e "Um Limite Entre Nós" (2017), que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante. Além disso, também vale ressaltar que Davis se destacou bastante na TV americana como protagonista da série "How to Get Away with Murder".

Apesar de ser uma atriz talentosa e reconhecida, muitos consideram que a visibilidade de Viola Davis veio um pouco tarde. Atualmente com 55 anos, sabemos como a indústria pode ser severa com as mulheres que já passaram dos 30. Quando se trata de uma mulher negra, as oportunidades ficam ainda menores.

Desigualdade em Hollywood

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É ótimo ver que Viola está conquistando e abrindo espaço para outras atrizes negras, mas se pararmos pra pensar que estamos em 2021 e que bastaram quatro indicações para Davis bater esse recorde, fica evidente que o cenário ainda é bastante desigual. Quando tinha 55 anos, Meryl Streep já acumulava 13 indicações. Hoje, aos 71, já são 21.

Entre os atores mais indicações estão: Peter O'Toole (8); Geraldine Page (8); Al Pacino (8); Jack Lemmon (8); Marlon Brando (8); Paul Newman (9); Spencer Tracy (9); Laurence Olivier (10); Bette Davis (10); Jack Nicholson (12); Katharine Hepburn (12); Meryl Streep (21). Muitos homens, mas todos brancos.

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O Purebreak não está querendo dizer que esses atores não mereciam essas indicações, muito pelo contrário. Mas é estranho se pensarmos que muitos dessa lista já faleceram e mesmo assim nenhum outro artista negro que ainda esteja trabalhando tenha conseguido superá-los. Será que não é falta de reconhecimento da academia e também de oportunidades? Afinal, se mesmo com um talento incrível, Viola Davis só chamou a atenção da Academia quatro vezes, quanto tempo irá demorar para uma atriz negra, que está começando a sua carreira, ser reconhecida?

Oscar So White

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De qualquer forma, essa não é a primeira vez que se discute o caráter racista de uma premiação como o Oscar. Em 2016, a hashtag #OscarSoWhite tomou conta das redes sociais por conta da falta de diversidade entre os indicados. Ou seja, não é uma coincidência. De qualquer forma, mesmo numa velocidade baixa, tudo indica que estamos caminhando para um cenário diferente.

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