Apaixonada por livros, séries e restaurantes com comida diferente. Libriana e curiosa, poderia passar horas pesquisando sobre os mais diferentes assuntos. Poucas coisas me fazem tão feliz quanto correr na praia, ir para um barzinho e comer um docinho após o almoço.
A Apple já está se firmando como um dos streamings com maiores sucessos. Agora, está apostando suas fichas em "Napoleão" para entrar de vez no cinema.

A Apple parece determinada a enfrentar os gigantes de Hollywood. 2023 tem sido um ano de anúncios nesse sentido, e "Napoleão" foi o primeiro e simbólico aviso de que a empresa está pronta para levar a tarefa a sério: nomes de peso e um acabamento espetacular para o que, depois de seu primeiro trailer, já está se moldando para ser um dos filmes mais esperados do ano.

1 bilhão por ano

A Apple gastará US$ 1 bilhão por ano em filmes que deseja levar aos cinemas. O valor não é desprezível, mas a empresa já fez apostas semelhantes: é apenas 15% do que ela já gasta no total por ano com a Apple TV+. É um investimento muito significativo que não só visa conquistar um espaço em declínio financeiro (podemos ver os números das bilheterias), mas também criar uma marca para atrair grandes nomes.

Em grande estilo

Até agora, o caminho percorrido pelos filmes mais notórios da Apple era o de um lançamento limitado nos cinemas e, em seguida, a transferência para a Apple TV+, onde se tornaram grandes atrações para a plataforma. Esse foi o caso de filmes como o prestigiado "CODA" (que arrecadou menos de dois milhões de dólares) ou o drama policial de Tom Holland "Cherry", que durou apenas algumas semanas nos cinemas.

Direto para os cinemas

Mas isso está prestes a mudar com lançamentos tão poderosos quanto o recente "Tetris", "Napoleão", de Ridley Scott, "Killers of the Flower Moon", de Martin Scorsese, o thriller de espionagem "Argylle", de Matthew Vaughn ("Kingsman"), e um filme estrelado por George Clooney e Brad Pitt, do qual se falou pela primeira vez há alguns anos. E a verdade é que, dado o trailer de "Napoleão", esses novos filmes parecem estar preparados para se manterem firmes em relação ao restante dos lançamentos nos cinemas: não são apenas os nomes de Joaquin Phoenix e Ridley Scott, reunidos depois de mais de duas décadas desde "Gladiador", mas também a espetacularidade e os efeitos visuais que eles ostentam.

O tema de Scorsese

Desses filmes, nem todos são produções da Apple, que ainda não tem a força financeira necessária para assumir projetos desse tipo por conta própria. Por exemplo, "Killers of the Flower Moon" é uma produção da Apple, mas conta com a colaboração da Paramount, que seria sua produtora original. Conforme relatado pelo 9to5Mac, a Apple comprou os direitos de produção e a Paramount permanecerá como distribuidora mundial do filme. Por enquanto, está além do alcance da Apple levar a produção a dezenas de milhares de telas e convencer milhões de pessoas a assisti-la.

"CODA", o ponto final

Essa nova estratégia da Apple começou a ser definida com 'CODA', a história da única pessoa com audição em uma família de surdos, que ganhou o Oscar em três categorias, incluindo Melhor Filme. Ele derrotou a Netflix e sua aposta daquele ano, "The Power of the Dog", em seu próprio território, e foi coproduzido com a Vendôme Pictures e a Pathé Films da França. Seu impacto em Sundance levou a Apple TV+ a pagar US$ 25 milhões, um recorde no festival, pela distribuição exclusiva.

Dez milhões para você saber

"CODA" tem outro marco para o cinema independente em seu crédito: o Sundance Film Festival nunca tinha visto um filme estreando no festival levar para casa o grande prêmio do Oscar. A Apple ajudou na campanha para os acadêmicos: de acordo com o 'The Wall Street Journal', a empresa investiu dez milhões de dólares na promoção, o que equivaleria quase ao orçamento total do filme.

O anúncio mais caro do mundo

Algumas vozes céticas afirmam que há algo de cínico na invasão dos cinemas pela Apple. Trata-se de um estratagema para trazer para o seu lado diretores nostálgicos da experiência tradicional, como Scorsese, e para enganar a Netflix no processo. Lucas Shaw e Thomas Buckley, na Bloomberg, disseram que a Apple "também vê os cinemas como uma forma de aumentar a conscientização sobre seu serviço de streaming. Se a empresa vai gastar centenas de milhões de dólares em um filme de Scorsese, ela quer fazer dele um evento cultural". Ou, em outras palavras: pode ser difícil para esses filmes recuperar o que custaram nos cinemas, mas como publicidade da Apple TV+, eles não têm preço.

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