Jornalista e entusiasta do pop, posso escrever o dia todo sobre Taylor Swift ou BLACKPINK, enquanto maratono minhas séries preferidas.
O Dia Nacional do Combate à Discriminação Racial é celebrado neste sábado (3). Apesar de serem a maioria da população brasileira, as pessoas pretas e pardas ainda estão longe de viver em pé de igualdade no país. Separamos quatro dados lamentáveis que mostram o óbvio: precisamos falar sobre o racismo no Brasil.

O Dia Nacional do Combate à Discriminação Racial é comemorado neste sábado (3) no Brasil. A data foi escolhida com base no aniversário da primeira lei da Constituição contra o racismo no país. Em julho de 1951, o Congresso Nacional determinava que práticas de preconceito por cor ou raça são contravenções penais. 70 anos depois, estamos aqui, com uma realidade um pouco melhor, mas longe de ser a ideal.

De acordo com números do IBGE, dos 211 milhões de brasileiros, mais de 115 milhões eram negros. Para a pesquisa, o termo "negros" engloba pessoas que se autodeclaram pretos e pardos. Isso significa que a maior parte da população brasileira não é branca. Porém, os negros lideram com folga os índices de vítimas de violência, assassinatos e desigualdade salarial.

Para refletirmos sobre o Dia Nacional do Combate à Discriminação Racial, trouxemos quatro dados tristes que comprovam a importância (e necessidade) da data. Lembre-se: não basta não ser racista é preciso ser anti-racista!

1. Negros têm mais chances de serem assassinados

Das vítimas de assassinato em todo o país, entre 2008 e 2018, 75% eram negras. O Atlas da Violência, responsável por coletar esses números, aponta também que isso significa que se você for um homem negro, você corre 74% mais riscos de morrer assassinado. A mesma pesquisa ainda afirma que o número de assassinatos de pessoas negras subiu 11,5% nessa década, enquanto homicídios de não-negros caiu quase 13%.

Isso está diretamente associado à violência policial e às principais famílias que sofrem com os confrontos. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que 75,4% das vítimas de intervenção policial realizadas em 2017 e 2018 eram negras. E há morte para todos os lados: apesar dos negros serem apenas 34% dos policiais no país, eles representam 51,7% dos profissionais mortos em serviço. A "bala perdida" no Brasil encontra com muita frequência os mesmos corpos, né?

Ainda não temos representatividade negra na política ou entretenimento
Ainda não temos representatividade negra na política ou entretenimento

2. Ainda há pouca representatividade

A gente cansou de falar sobre a importância da representatividade por aqui, não é? Pois é, para os negros, essa meta ainda está distante. O estudo "Desigualdade Racial" do IBGE apontou que pessoas pretas e pardas ocupavam apenas 29,9% dos cargos gerenciais no país. Por outro lado, os brancos eram quase 69%!

Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 24,4% dos deputados federais eleitos em 2018 eram pretos ou pardos, mesmo os negros sendo a maioria no Brasil. E essa falta de representatividade é visível em todos os aspectos. O levantamento "Todxs?" afirma que as mulheres negras estrelam apenas 21% das propagandas televisivas, enquanto as mulheres brancas ocupam 74% da liderança das peças.

3. Mulheres negras são as maiores vítimas de violência

O Atlas da Violência e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública também apontam para dados específicos sobre as mulheres negras. O primeiro estudo revela que as negras representam 68% das vítimas de feminicídio entre 2008 e 2018. E, nesse mesmo período, o número de assassinatos dessas mulheres subiu 12,4%.

O assassinato é, sem dúvida, a última etapa de um ciclo de violência, mas até lá, existem muitos atos nocivos, que desrespeitam a liberdade da pessoa - como a violência sexual. O Fórum aponta que, de todas as vítimas de estupro em 2017 e 2018 no Brasil, 51% eram mulheres negras.

Negros ainda ganham 30% a menos do que brancos
Negros ainda ganham 30% a menos do que brancos

4. A diferença de renda entre as raças é grande

A desigualdade de renda entre as raças é outro problema grave. O estudo do IBGE afirma que, de todas as pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza no Brasil, 32,9% eram pretas ou pardas. Já os brancos, representam apenas metade desse índice. Isso significa que, da população que vive com menos de U$5,50 por dia, a maioria é negra.

O levantamento da empresa Catho também sinaliza esse problema. A instituição notou a diferença de salários entre os dois grupos e foi confirmar essa discrepância. Eles perceberam que os trabalhadores negros ganham em média 30% a menos do que brancos.

O racismo no Brasil é um fato e é um problema de todes nós! Precisamos falar sobre raça, preconceito e violência com mais frequência, ensinando desde cedo para crianças e adolescentes o básico. Racismo, além de ser simplesmente comportamento de pessoas ignorantes, é crime. E você pode ser responsabilizado por isso!

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