Por Victor Viana
LGBTQIA+: descubra o significado de "I"
LGBTQIA+: descubra o significado de "I"
De uma maneira geral, todo mundo sabe que a sigla LGBTQIA+ refere-se ao gênero ou sexualidade das pessoas. Mas, caso você não saiba, também existe uma questão biológica - e muito importante - dentro do movimento. E é nessa abordagem que entra a intersexualidade. Então, se você faz parte do grupo de pessoas que sempre se perguntou o que significava o "I" dessa sigla, chegou a hora de entender.

Quando o assunto é a comunidade LGBTQIA+, muita gente faz confusão e acaba misturando o que é gênero e sexualidade. O primeiro corresponde à identidade de cada indivíduo e o segundo diz respeito ao interesse sexual e afetivo. Mas, para entender sobre a Intersexualidade, será preciso falar um pouco sobre biologia. Não é novidade pra ninguém que o gênero de uma pessoa é definido pelo seu órgão genital, né? Ou seja, se nasce com um pênis é menino e se nasce com uma vagina, menina. Mas aí vai a novidade: existe uma grande variação entre esses dois conceitos.

Biologicamente falando, para um corpo ser identificado como masculino ou feminino, não é só o genital que conta. Também tem o sistema reprodutor, os hormônios e os cromossomos. Uma pessoa intersexo é aquela que nasce com uma "combinação" variada. Até pouco tempo elas eram identificadas como hermafroditas, quando é o caso de uma pessoa que possui dois órgãos genitais. Mas, além dessa ser uma possibilidade bem pequena entre os humanos, as variações também pode ser hormonais e até cromossômicas. Na verdade, existem cerca de 40 variações de intersexualidade.

Ou seja, não existe um padrão intersexo. O "I" se refere exatamente ao que está entre o que é entendido como "masculino" e feminino". Em alguns casos, a intersexualidade é identificada logo que um bebê nasce e muitas vezes são os médicos que decidem qual o gênero que vão manter. Por conta disso, ainda na infância, muitas crianças passam por operações para "corrigir" essa questão biológica e tomam hormônios, se for necessário.

De acordo com as informações da ONU, entre 0,05% e 1,7% da população humana é intersexual. No Brasil, existe a Associação Brasileira de Intersexos (ABRAI), que, entre muitas causas, luta pela autodesignação de gênero. Que nada mais é do que impedir que crianças passem por qualquer tipo de operação sem que elas tenham tempo de perceber com qual gênero se identificam - e, em algumas casos, notar que não se reconhecem em nenhum. Além disso, é mais do que importante pontuar que pessoas intersexos não nasceram com defeito, elas só deixam evidente o quanto a vida é ainda mais plural do que a gente imagina.

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