Rahabe Barros Editora
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O que será que teria acontecido se Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso fossem anônimos, pobres e pretos? Eles teriam tido toda essa atenção e apoio após episódio de racismo contra Titi e Bless em restaurante em Portugal? Em entrevista ao "Fantástico", o casal reconhece seu privilégio branco e incentiva que outras pessoas brancas cobrem igualdade e combatam de frente, pois "essa luta é de todo mundo".

Filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, Titi e Bless foram vítimas de racismo em uma praia de Portugal neste último fim de semana. A família teve diversão em restaurante interrompida quando uma cliente, branca, atacou as crianças com xingamentos. "Pretos imundos", "Portugal não é o lugar para vocês", "vão embora daqui" e "voltem para a África" foram algumas das palavras ditas pela criminosa.

De imediato, Giovanna Ewbank não deixou o racismo passar impune e desferiu tapas na mulher. Neste caso, a atriz reconhece seu privilégio branco e sabe por que sua fala foi validada. "Eu não vou sair como a louca, a raivosa, como acontecesse com tantas outras mães pretas que são leoas assim como eu fui nesse episódio, mas que são invalidadas e são taxadas como loucas e está inventando", refletiu.

"O que será que teria acontecido se for se fôssemos pretos, eu e minha mulher?", questionou Bruno. "Teria essa atenção toda se fôssemos pais pretos de crianças pretas?", completou Giovanna.

Mães pretas também não sofreriam represálias?

Giovanna Ewbank não sofreu qualquer tipo de represália, mas será que se ela fosse uma mãe preta defendendo seus filhos a história seria a mesma? Ela conseguiria xingar? Agir? A polícia teria vindo?. De acordo com as informações dadas ao "Fantástico", uma família de angolanos também foi agredida, mas só se viu a atriz reagir e isso diz muito.

"Se ela fosse uma mãe negra, era capaz de ter sido humilhada e expulsa do local junto com seus filhos", disse uma internauta. Em seu Instagram, a ativista e podcaster Gabi Oliveira, a @gabidepretas, refletiu exatamente sobre isso. "Quantos de nós já ensaiamos uma reação e quando fomos atravessados pelo racismo ficamos paralisados? Ser um alvo constante, saber dos julgamentos e das consequências que pessoas negras sofrem, às vezes nos impede de dar uns tapas em alguns racistas que cruzam nosso caminho. So a gente sabe como é a experiência de existir em nossos corpos", desabafou.

"Diariamente, homens e mulheres negros tentam defender seus filhos e, ainda assim, são criminalizados. A criminalização das famílias negras é uma prerrogativa que os colocam inseguros na hora de fazer o enfrentamento. A obrigação de enfrentar o racismo estrutural não é apenas da vítima. A atitude antirracista da mãe deve refletir na atitude de outras mães de crianças brancas, que nesse momento poderiam estar encorajando seus filhos a não estarem chamando as crianças negras na escola de 'macacas', de 'sujos'. É uma tarefa da sociedade enfrentar o racismo estrutural", disse Carla Akotirene, doutora em Estudos de Gênero, Mulheres e Feminismos.

Pessoas brancas precisam estar cientes do seu papel antirracista

É, sim, muito cruel pensar que Titi e Bless, com seus 9 e 7 anos, já precisem ser fortes e preparados para combater o preconceito por conta da cor da pele. Assim como Giovanna Ewbank, outras pessoas brancas precisam cobrar igualdade para todos, fazer jus ao seu privilégio branco e combater de frente. Assim como disse Bruno Gagliasso, "essa luta é de todo mundo".

"Hoje eu sou uma mulher muito consciente dos meus privilégios, eu sou uma mulher que está sempre rodeada de outras mulheres pretas, aprendendo diariamente. Eu vou fazer jus ao privilégio branco e vou combater de frente. Eu quero que todo mundo saiba que nós não vamos combater o racismo de maneira leve, a gente vai passar por cima e fazer jus a esse tal privilégio branco", disse Gio.

Exemplo disso, os atores também são pais de Zyan, que é branco. Ciente do seu papel antirracista, o casal dá ao pequeno uma educação voltada para que ele seja atuante na luta contra o racismo: "Ele vai estar vivendo. Imagina, com dois anos ele já está numa situação dessa, da irmã mais velha dele acusada vendo a mãe e o pai discutindo com uma mulher racista. Então, ele vai viver e não vai precisar ser introduzido como nós... É muito cruel pensar que Titi e Bless, que tem 9 e 7 anos, que já precisam ser fortes".

Ícaro Silva reflete: "Podem imaginar o que vivem as mães pretas, pobres e solo?"

Vale destacar também que estamos falando de duas pessoas que são famosas e ricas. Ícaro Silva, amigo da família e artista da TV Globo, reforçou bem isso em uma publicação feita em suas redes sociais.

"Vocês podem imaginar o que vivem as mães pretas?? E as mães pretas e pobres? Ou pretas, pobres e solo? Os portugueses fingem que racismo não é com eles, assim como a maior parte dos brasileiros que descendem de europeus. Novamente, vocês podem imaginar o que vivem as mães pretas? Podem imaginar quanto autocontrole é preciso para criar filhos pretos em um mundo como esse?", questionou.

O ator de "Verdades Secretas" levantou o fato da Justiça de Pernambuco negado a prisão de Sari Corte Real, acusada de abandono de incapaz no caso da morte de Miguel Otávio de Santana, de 5 anos. A criança caiu do 9º andar de um prédio de luxo no Recife, onde ela morava, em 2020. "É impossível afirmar com verdade que não há relação com a cor da pele e com o sobrenome patético da criminosa", criticou Ícaro.

Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista!

O racismo já passou da hora de inexistir! Para isso um dia acontecer, é preciso que cada indivíduo tenha conscientização, atitudes e palavras que possam transformar o mundo. Dessa forma, busquem informações, tenham em mente que pessoas pretas não são obrigadas a ensinar sobre o racismo ou a luta antirracista, valorize autores negros e, antes de consumir um conteúdo de entretenimento, analise bem.

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