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Um acadêmico fez uma descoberta impressionante sobre a Starlink. A tecnologia da SpaceX pode ir muito além do que se espera e servir como uma alternativa ao GPS.

A gigantesca constelação de satélites Starlink que a SpaceX colocou em órbita vem oferecendo seu serviço de Internet via satélite há algum tempo, inclusive na Ucrânia. Esse sistema continua crescendo e melhorando, mas também serve a um propósito adicional.

Elon, veja o que eu descobri

Todd Humphrey, um acadêmico da Universidade do Texas, foi até os executivos da SpaceX em 2020 e explicou o que havia descoberto: com alguns pequenos ajustes no software dos satélites Starlink, seria possível oferecer uma alternativa ao sistema GPS caso ele falhasse.

A SpaceX não queria nenhuma distração

Mas para Elon e sua equipe, o importante era ter um foco claro em seu objetivo de internet via satélite. Humphrey continuou trabalhando nessa opção e, após fazer a engenharia reversa dos sinais transmitidos, ele e sua equipe conseguiram descobrir a solução para o problema: conforme explicado na MIT Technology Review, os satélites da SpaceX também poderiam fornecer um sistema de geoposicionamento.

Um GPS independente

Humphrey não é o primeiro a apontar tal coisa, mas ele publicou um estudo científico analisando os sinais do sistema Starlink, que ele descreve como "um segredo bem guardado". Embora a SpaceX tenha sido mais cooperativa nas primeiras conversas, eles nunca deram detalhes sobre esses sinais, que esse pesquisador teve que analisar depois de comprar um terminal Starlink.

Vamos ver Nadal jogar

Para fazer a engenharia reversa desses sinais, os pesquisadores começaram estudando vídeos de alta definição do YouTube de Rafael Nadal jogando tênis. Isso lhes deu uma fonte de dados para estudar, e eles descobriram, por exemplo, o método de codificação dessas transmissões, que usava a técnica OFDM (Orthogonal Frequency-Division Multiplexing).

A sincronização é fundamental

A equipe então procurou sequências de sincronização e teve uma agradável surpresa: havia mais do que o estritamente necessário. Na verdade, cada sequência contém dados sobre a distância e a velocidade dos satélites e, como quatro dessas sequências são transmitidas a cada milissegundo, sua aplicação como um sistema de geolocalização é perfeitamente possível.

Precisão de 30 metros

O sistema atual, sem que a SpaceX faça nada, permite que o receptor seja geolocalizado com uma precisão de 30 metros. Essa precisão poderia ser inferior a um metro - competindo assim com o GPS - se a SpaceX incluísse dados adicionais sobre a posição exata de cada satélite em seu canal de downlink.

Nem tudo são boas notícias

Como Mark Psiaki, professor da Virginia Tech e especialista em GPS, ressalta, o fato de serem totalmente previsíveis e usados em toda a constelação é uma vulnerabilidade de segurança: "qualquer sistema de navegação executado em sequências de código aberto poderia definitivamente ser falsificado, porque todos saberão como detectar esses sinais e criar sinais falsos".

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