Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
Doramas apresentam relacionamentos abusivos?
Doramas apresentam relacionamentos abusivos?
Os doramas, ou dramas (coreanos, japoneses, chineses e outros), ficaram mais famosos com a popularização do K-Pop no mundo e eles são basicamente novelas asiáticas. Mas algo comum nessas produções tem deixado uma galera com a pulga atrás da orelha: a normatização do relacionamento abusivo. O Desculpa o Textão de hoje vai falar um pouco sobre o assunto.

Você já deve saber o que é dorama, né? Depois do K-Pop, febre do momento, as "novelas orientais" tem se tornado cada vez mais famosas e até a Netflix abraçou as produções. Agora seu catálogo está cheio delas, inclusive as originais da plataforma. O gênero mais popular nos dramas asiáticos é o romance, mas existe um problema notório: a normatização do relacionamento abusivo e de ações abusivas em geral.

Existem MUITOS doramas em que é comum ver personagens empurrando, prendendo contra a parede, tirando o celular da mão, stalkeando, beijando e abraçando sem consentimento e até mesmo agredindo seu interesse amoroso. E não, isso NÃO é normal. Os personagens masculinos se comportam como os típicos bad boys que se acham o "macho alfa", dono da razão e entendedor das vontades da mulher.

Existe a questão cultural, já que os países asiáticos que, apesar de serem extremamente avançados no quesito tecnologia, ainda pecam na forma como tratam suas mulheres. Então os doramas reproduzem o comportamento de uma sociedade machista e muitas vezes misógina. É óbvio que existem exceções, mas é comum ver cenas como esta nos dramas:

Cenas como essa são comuns em doramas
Cenas como essa são comuns em doramas

Nos países orientais, essas atitudes podem ser vistas como normais, mas não são! Isso não é normal, isso não é fofo e você NÃO deve romantizar esse tipo de comportamento de forma alguma.

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Qual o problema disso?

Seja com o K-Pop ou doramas, a cultura oriental têm se popularizado ainda mais ao redor do mundo. Essa notoriedade toda que as produções da Ásia vêm ganhando pode gerar uma sensação de normalidade em ver essas atitudes, algo que não é nada saudável e que vai contra o que estamos buscando nos dias de hoje.

Nem todo dorama é assim

É claro que nem todos os doramas são tóxicos e, com essa popularização, vemos que algumas pessoas começaram a perceber que há algo de errado em certas cenas. Um drama recente que não mostra relações abusivas como se fosse algo comum é "Romance is a Bonus Book". Apesar da protagonista ser meio avoada, não existe normatização de atitudes brutas e sem noção.

Se você quiser conferir o dorama, ele está disponível na Netflix! Dá uma olhada no trailer:

Apesar de não arriscar em entrar em assuntos fortes como o machismo, "Twenty Again" chega a usar discursos feministas, fugindo completamente do comum nas produções.

Não estamos querendo dizer para você não assistir outros doramas, mas sim ter a ciência de que, apesar de representar o comportamento de uma sociedade, não devemos adotar ou achar normal essas atitudes tóxicas.

Relacionamento abusivo não é exclusivo dos doramas

Não são só os doramas que mostram e normatizam relacionamentos abusivos. Produções do mundo todo reproduzem situações completamente erradas de uma forma nada saudável. A série "13 Reasons Why" foi altamente criticada não só por tratar o suicídio erroneamente, mas por mostrar que o abusador muitas vezes sai impune. Novelas e séries brasileiras não ficam pra trás e também deixam a desejar no quesito bom senso.

O problema é justamente a notoriedade que os doramas vêm ganhando e a quantidade deles que não mostra uma relacionamento "normal". Então cabe a você entender que o que vê nos dramas problemáticos não precisa ser replicado na sua vida. Não esqueça que esse assunto não é simples e que é, sim, necessário problematizar o conteúdo dessas produções.

Com colaboração de Larissa Muniz

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