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A evolução das princesas da Disney ajudou a divulgar conceitos do feminismo, fazendo com que diferentes pessoas se sintam aceitas e vistas. E tem gente que insiste que isso é uma coisa ruim, como é o caso do episódio do podcast "Red Bill" da Brasil Paralelo em que os apresentadores e convidadas afirmam que o feminismo irá "destruir" a nova geração. Acompanhe nossa linha do tempo das princesas e veja porque isso está longe de ser verdade.

Quando pessoas que estão no poder econômico, social e político se sentem ameaçadas, uma das estratégias é desvalorizar qualquer tentativa de mudança. Por isso, não é de hoje que os ideais feministas e pautas antirracistas são vistas como oposições aos valores da família e às morais cristãs. E conseguimos observar isso em qualquer aspecto, até mesmo nas princesas da Disney.

Não é preciso ser um gênio ou uma gênia para notar que as princesas mudaram muito ao longo dos anos. E também é fácil perceber que essas evoluções, diferente do que muitos podem dizer, são extremamente positivas. Afinal, se uma menina negra se sentir representada ou uma mulher que não precisa de um homem para ser feliz é algo que te ataca pessoalmente... Tem algum problema do lado daí.

Baseando-se em teorias conspiratórias e argumentos rasos e sem sentido, o podcast "Red Pill" da produtora conservadora Brasil Paralelo gerou polêmica nas redes sociais na última semana. O episódio, publicado há alguns meses, sobre o feminismo e as principais da Disney voltou a chamar atenção. Por sorte, muitos discordam e percebem os absurdos que foram ditos.

Separamos aqui as principais mudanças das princesas da Disney com o passar das décadas e por que, se você for bem resolvido e tiver uma célula de empatia no seu corpo, isso não deve te assustar!

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Branca de Neve, Cinderela e Aurora: as indefesas

As princesas da Disney estão presentes há muitos e muitos anos. "A Branca de Neve e os Sete Anãos", por exemplo, é de 1937, conseguindo alcançar crianças de várias gerações. Depois temos "Cinderella" (1950) e "A Bela Adormecida" (1959), que apresenta Aurora. Bisavós, avós, mães e pais viram esses filmes ainda novos e os longas foram partes importantes de sua infância. Por aqui, não queremos falar mal dessas princesas pioneiras que, em muitas formas, retratam a sociedade em que foram criadas.

Durante esse período, o mundo passou e começou a se recuperar da 2ª Guerra Mundial e a segunda onda do feminismo ainda não havia começado. Ainda existia uma mentalidade forte - presente até hoje - que a mulher deveria buscar um marido, ser indefesa, ser bonita e cuidar do lar (como se limpar a casa de sete mineiros, como Branca de Neve, fosse algo de gente frágil, né?).

Por isso, essas princesas são exatamente isso. A sua meta nada mais é do que fugir da madrasta ou bruxa má e encontrar o "amor verdadeiro" de um cara que elas mal conhecem. Em um momento no podcast, uma das convidadas chega a sugerir que a bruxa má seria uma feminista - recalcada e com inveja da bela princesa. Na verdade, a figura de uma mulher idosa maligna está muito mais associada a padrões estéticos opressores e etaristas do que qualquer lógica feminista.

Aos poucos, o mundo foi percebendo que as mulheres poderiam contribuir de outras formas na sociedade. E que lutar para se casar - mesmo com homens abusivos - não era tão interessante assim.

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Bela, Jasmine e Mulan: as princesas complexas

A partir daí, de acordo com os participantes do podcast, a Disney já tinha se corrompido por completo após a morte de Walt Disney, abraçando ideias feministas e revolucionárias. Mal sabiam o que estava por vir, né? "A Pequena Sereia" (1989) e "A Bela e A Fera" (1991) mostram mulheres um pouco mais complexas. Elas até se importam com o amor, mas isso não é tudo.

Ariel quer conhecer o mundo fora do mar e Bela, com seus livros, só encontra o seu verdadeiro amor, que está longe de ser um homem desejado, em uma tentativa de salvar seu pai. É claro que devemos - e podemos - questionar o fato de que Ariel ficou muda para ter a chande de conhecer o cara gatinho da Terra e que Bela, no final de tudo, se apaixona pelo seu sequestrador... Mas, apesar de tão confuso e claramente ainda focados na ideia de encontrar um marido, os conservadores de hoje em dia não as toleram, porque elas ousaram ser mais do que mulheres indefesas.

Quando adiantamos um pouco o relógio, chegamos em histórias como de Jasmine, de 1992, Pocahontas, de 1995 e Mulan, de 1998. O trio é ainda "pior" porque além de mais complexas do que a monótona Branca de Neve, elas não são brancas. O próprio nome da princesa de 1937 destaca que sua pele era bem clara, dizendo que ela tinha todos os traços perfeitos para ser a mais linda do reino todo... Olha como isso é sério.

Pois bem. A Disney começa a perceber, mesmo timidamente, que muitas meninas queriam se ver na tela. E, para isso, eles deveriam parar de investir apenas em princesas brancas, com ideias ultrapassadas, que só querem encontrar o amor. É aí que a coisa vira um "problema" ainda maior para essa galera.

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Tiana, Elza e Moana: as princesas que se salvam

Se Ariel, Bela e Mulan eram muito independentes, a coisa fica pior a partir dos anos 2000. Temos Tiana, a primeira princesa negra da história da Disney - e que, "coincidentemente" passa a maior parte do filme em forma de sapo -, Merida, de "Valente" (2012), que não só não quer se casar como luta pelo direito de ter sua própria mão, Moana (2016) que salva seu povo quando decide desbravar o mar e, claro, "Frozen" (2013).

Como assim o príncipe não está em foco? Como assim ela quer trabalhar e ter seu próprio negócio? Como assim o "amor verdadeiro" de Elza é a sua irmã? Esse terceiro ponto é especialmente estranho, porque, se valorizam tanto a família, esse plot twist deveria ter agradado todo mundo! Não foi o caso.

Para muitas pessoas, essas animações vão ter impactos nas crianças, mostrando para as meninas que elas podem ser independentes, podem fazer suas escolhas, que não devem se submeter a relacionamentos ruins. E para essas mesmas pessoas, isso é péssimo.

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Ser feminista é péssimo, encorajar grupos que passaram a vida toda sendo reprimidos e excluídos a se sentirem bem é horrível. É claro, porque a partir do momento em que as mulheres percebem que podem ser poderosas sendo gordas, magras, altas, baixas, brancas, pretas, indígenas e amarelas... Onde o homem branco hétero padrão entra? Ele teria que ser só mais um na sociedade e isso, mais uma vez, é intolerável. Por isso, eles insistem em chamar Moana de feia e divulgar ideias sem cabimento de que beleza não é subjetiva e que pesquisas falam sobre como os olhos humanos "valorizam a simetria".

Só esqueceram que basicamente tudo na vida é subjetivo e foi socialmente construído. Não é a toa que o padrão de beleza é branco, magro e europeu. Não é a toa que se fala tanto na simetria e "proporções" mas poucos, de fato, perdem o tempo para analisar se, de fato, as princesas não brancas não cumprem todos esses requisitos também.

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Remakes das princesas e a esperança de um futuro melhor

Algo que recebe críticas bem fortes são os remakes. A nova "Cinderella", de Camila Cabello, por exemplo, não faria sentido já que a atriz é latina. Também vale mencionar que a Ariel de Halle Bailey, artista negra, é criticada, afinal, onde já se viu sereia dinamarquesa negra? A questão deveria ser: onde já se viu sereia?

A necessidade de manter os padrões é tanta que humilham e xingam atrizes incríveis, com atuações ótimas, apenas porque elas não são mais a princesa branca da história de 1900. É tanta vontade de se manter visto, de ser manter no centro e proteger seu ego, que nem querem saber das milhões de meninas negras, latinas, indígenas e amarelas que vão perceber sua própria beleza e potência. Por que isso assusta tanto?

O bom é que esses grupos vêm perdendo força e, apesar de esperneiam, gritarem e xingarem em busca de uma sereia que siga os padrões de beleza dos humanos do século passado, as novas princesas chegam, transformando seus filmes em franquias lucrativas e provando que as crianças querem mulheres cada vez mais reais na tela. Como resultado, poderemos ver adultas mais independentes, corajosas e inteligentes. E que bom!

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