Rahabe Barros Editora
Libriana, boa de papo e apaixonada por reality show. Louca por gatos, não vivo sem café e com planos de dar uma volta ao mundo são outras curiosidades ao meu respeito. Após 10 anos, sigo encantada pelo jornalismo e por essa evolução diária da comunicação
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A procrastinação pode ser não apenas um sintoma da ansiedade, como também uma ação que piora o quadro ansioso do indivíduo. Especialista em neurociência comportamental Yuri Utida explica a relação da procrastinação com a ansiedade ao Purebreak: "Ao deixar uma tarefa para depois, o indivíduo alimenta o ciclo. Gera frustração e uma constante atmosfera de atrasos, cobranças e, naturalmente, de ansiedade". Saiba mais!

Basta uma pesquisa rápida nas redes sociais para diagnosticar que a procrastinação é uma das temáticas mais abordadas pelos internautas, assim como a ansiedade - que afeta 9,3% da população brasileira, aproximadamente 19,4 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, o que pouca gente sabe é que ambos transtornos estão intimamente ligados.

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Especialista em neurociência comportamental, Yuri Utida destaca ao Purebreak que a procrastinação é, ao mesmo tempo, um sintoma da ansiedade e também um hábito que pode desencadear a própria ansiedade, ou seja: cria-se um ciclo onde um alimenta o outro.

"Ao analisar o perfil do brasileiro, por exemplo, é possível visualizar bem essa relação. O brasileiro, normalmente, não é um dos povos mais produtivos do mundo quando a gente olha os dados de mercado de trabalho. Ele, naturalmente, se educa pouco, lê pouco, faz poucos cursos e procrastina muito. Não à toa, nós temos o maior índice de ansiedade de todos os países do planeta Terra", destaca Yuri Utida.

Porque um ansioso tende a procrastinar mais?

Entretanto, porque um ansioso tende a procrastinar mais? Yuri Utida explica que o cérebro busca o máximo de prazer com o mínimo de esforço possível e uma das formas de economizar a energia do corpo por meio da construção de padrões cerebrais, que põe no automático atividade diárias e criam decisões inconscientes, instintivas. Porém, além de diminuir o gasto energético, esses padrões também são voltados para proporcionar um sentimento tão poderoso quanto momentâneo: o prazer imediato.

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"O ansioso não procrastina de maneira aleatória, mas como o objetivo de se proporcionar prazeres momentâneos. Mais que um hábito, a procrastinação é um vício que age no centro de prazer do seu cérebro. A pessoa prefere se entregar à atividade como as redes sociais, comidas e interações sociais circunstanciais e dispensáveis - que liberam dopamina e serotonina e viciam o cérebro em pequenas sensações de prazer momentâneo - e deixa de lado tarefas essenciais a médio e longo prazos, que não são prazerosas e que, quando não realizadas, geram um alto grau de ansiedade no indivíduo", pontua.

A forma como a pessoa conduz a rotina, os gatilhos mentais e os hábitos ruins podem piorar o nível de procrastinação de um indivíduo até que ele perca o controle sobre a própria vida e se entregue a um sentimento de frustração constante, alerta o especialista em neurociência comportamental. "Ao deixar uma tarefa para depois, o indivíduo alimenta o ciclo. Gera frustração e uma constante atmosfera de atrasos, cobranças e, naturalmente, de ansiedade", alerta.

Como superar o comportamento de autossabotagem

Yuri Utida diz que a procrastinação é uma vilã de sonhos, pois adia ações que poderiam estar construindo os caminhos para a carreira, o relacionamento e a vida que a pessoa deseja, ou seja: é uma clara autossabotagem. "O pior prejuízo que a procrastinação causa na vida das pessoas é o atraso, a percepção de que a vida dela não sai do lugar, justamente porque falta no comportamento dela uma ferramenta imprescindível para a realização de qualquer meta: a ação", destaca.

O especialista em neurociência comportamental destaca que a procrastinação é desencadeada a partir de gatilhos, que precisam ser identificados.

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"Cada um tem o ciclo de rotinas e de aquisição de vícios e hábitos. Quando a pessoa consegue entender como funcionam esses gatilhos e propósito deles, é mais fácil não apenas combatê-los, mas usá-los como motivação. Quando as atividades deixam de ser meramente superficiais, as pessoas deixam de procrastinar porque os objetivos se tornam mais claros e maiores", pontua Yuri Utida.

A boa notícia é que é possível não apenas superar a procrastinação, como também usá-la a favor do indivíduo. Segundo Yuri Utida, o primeiro passo para parar de procrastinar é reconhecer esse comportamento. "A partir desse auto diagnóstico, é possível traçar uma mudança mental e comportamental com base em técnicas de reprogramação mental. Devido a neuroplasticidade do cérebro, é possível mudar os padrões mentais que fazem a pessoa continuar na procrastinação ao invés de agir. O primeiro passo é ir em direção daquilo que realmente dá propósito e significado", comenta.

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