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Infelizmente, a temática do suicídio ainda é um grande tabu na sociedade. Mas isso não quer dizer que o problema não seja real. Os números continuam crescendo e falar sobre o assunto é um dos caminhos para evitar o problema! Para saber mais sobre a causa, conversamos com a psiquiatra Natasha Ganem e, com apoio de dados da OMS, separamos 6 sinais de que alguém próximo pode estar pensando em suicídio e como ajudar essa pessoa. Alerta de gatilho e conteúdo sensível!

O suicídio é um problema real, tanto no Brasil quanto no mundo. E, apesar de estarmos cada vez mais falando sobre saúde mental, esse é um tópico que ainda não ganha muita atenção - por todo estigma ao redor do assunto. Mas fingir que o suicídio não existe, não tem ajudado em nada! Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que mais de 700 mil pessoas morrem todos os anos por suicídio e, a cada morte, há cerca de 20 tentativas.

Só aqui no Brasil, o número de suicídios aumentou 28% entre 2014 e 2019 e, só na faixa etária de 11 a 20 anos, houve um crescimento de quase 50% no mesmo período, segundo dados do Ministério da Saúde. Por isso, no ritmo de Janeiro Branco - mês em que instituições, empresas e organizações podem reforçar debates sobre transtornos mentais -, conversamos com a psiquiatra Natasha Ganem, a fim saber quais são os sinais que merecem atenção e o que podemos fazer.

Alerta de conteúdo sensível!

Se precisar, procure ajuda profissional e conte com o Centro de Valorização da Vida (CVV), no número 188. As ligações são anônimas e gratuitas.

Falar sobre suicídio é necessário! Saiba 6 sinais de um comportamento suicida
Falar sobre suicídio é necessário! Saiba 6 sinais de um comportamento suicida

6 sinais de um comportamento suicida

Os sinais de que alguém pode estar pensando em suicídio podem ser mais sutis do que você imagina. A psiquiatra Natasha Ganem listou alguns pontos de atenção, entretanto, cada pessoa reage de uma forma. Por isso, ajuda profissional é essencial para superar uma fase difícil ou tratar um transtorno mental.

1. A pessoa se afastou

É comum que a pessoa que está em depressão - seja em casos suaves ou mais graves - se isole de amigues e familiares. Durante quase três anos de pandemia, em que o isolamento social se tornou palavra de ordem, pode ter sido ainda mais difícil se atentar a este sinal. Vale reparar, por exemplo, se a pessoa evita chamadas ou conversas por meios digitais. Caso a pessoa permaneça reclusa, sem encontrar ninguém, mesmo ao ar livre e após vacinação, pode também ser um indicativo de que ela precisa de ajuda e apoio.

2. Mudanças de humor

Outro sinal são mudanças bruscas de humor. "A calmaria após um longo episódio de depressão também é um sinal de pensamento suicida", ressalta a psiquiatra Natasha Ganem. Caso você perceba que alguém próximo está passando por essa oscilação, vale perguntar o que aconteceu e se oferecer como um ombro amigo. Amor e carinho nunca são demais!

3. Tentativa de resolver problemas

A Drª Ganem aponta que alguém que está considerando suicídio pode ter vontade de se reconciliar com pessoas próximas ou resolver questões pendentes antigas. É claro que isso, por si só, não é um problema - porém, quando acompanhado de outros sinais, é importante ficar alerta. "Outro ponto de atenção são textos nas redes sociais com conteúdos melancólicos ou de despedida", afirma a psiquiatra.

4. Mudanças na vida financeira

Outro indício são mudanças nos hábitos e na vida financeira. A psiquiatra Natasha cita como exemplo o interesse repentino e constante em fazer testamentos, saques e transferências grandes em dinheiro e - ainda no tópico de resolver questões pendentes - vontade de organizar o futuro financeiro da família e possíveis dependentes.

Mudanças de humor e em hábitos pode ser sinal de pensamento suicida
Mudanças de humor e em hábitos pode ser sinal de pensamento suicida

5. Verbalização do desejo de morte

Há um senso comum falso e totalmente nocivo de que "quem quer se matar, não avisa". Isso está longe de ser verdade, já que, muitas vezes, a menção à morte vem como um último pedido de ajuda. Por isso, leve essa verbalização bem a sério, até mesmo se perceber que alguém anda fazendo muitas "piadas" com a ideia da própria morte. Outro ponto são frases que indiretamente implicam no desejo de morrer: "queria dormir para sempre", "não quero mais viver assim" etc.

6. Soma de fatores de risco

Como a psiquiatra aponta, existem vários pontos de risco para o suicídio. "Os fatores genéticos correspondem a 50% do risco, ou seja, aqueles que tiram sua vida costumam ter uma pré-disposição. Entretanto, isso pode ser potencializado por fatores externos", afirma. Dentre essas "ameaças" do ambiente, Ganem cita histórico familiar com casos de suicídio, automutilação, histórico de abuso emocional ou sexual e uso abusivo de drogas.

"Transtornos psiquiátricos e tentativas prévias de suicídio são os fatores de risco mais importantes. Ou seja, identificar e tratar uma doença mental - como a depressão ou transtorno bipolar - por si só já é o ato mais significativo para evitar o suicídio", conclui.

Como ajudar alguém que pensa em suicídio

Materiais da Organização Mundial da Saúde auxiliam no que fazer caso você percebe que alguém pode estar pensando em suicídio. O primeiro passo é buscar ajuda profissional! Psicólogos e psiquiatras são essenciais na recuperação de transtornos mentais.

Você também pode se mostrar presente, perguntando como a pessoa está e estando disponível para telefonemas, mensagens e até visitas. Uma dica, por exemplo, é se oferecer para acompanhar a pessoa na consulta médica, caso ela esteja sem forças ou com medo da experiência.

Se você mora com uma pessoa que tem pensamentos suicidas, a OMS indica remover objetos cortantes e remédios de perto do indivíduo. Porém, um psiquiatra ou psicólogo poderá explicitar todos os cuidados, levando em conta o caso específico.

Esqueça mitos nocivos sobre o suicídio!
Esqueça mitos nocivos sobre o suicídio!

Esqueça os mitos sobre suicídio

Além de "quem quer se matar, não fala", existem várias outras noções equivocadas sobre o suicídio que precisamos esquecer. Primeiro, não podemos encarar o suicídio como ato de covardia ou coragem. Na prática, a pessoa que cogita se matar está apenas tentando se livrar do sofrimento e da dor.

Outra questão é acreditar que falar sobre o suicídio, pode "colocar a ideia na cabeça de alguém". Isso também não é verdade. Falar sobre a morte não atrai coisas ruins. Precisamos ter conversas honestas, abertas e responsáveis sobre o suicídio - exatamente para evitar que ele aconteça.

Caso você precisa de ajuda ou queira conversar com alguém, pode ligar para o Centro de Valorização da Vida (188). As ligações são completamente anônimas e gratuitas. Você também pode entrar em contato com os voluntários por meio do site da instituição.

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