Larissa Barros Redatora
A louca do K-Pop e música em geral, adoro saber tudo de novo que surge no mundo, de teorias da conspiração até o último modelo de celular. Aquariana raiz, adoro tudo que é diferentão e não faço nada sem uma trilha sonora para acompanhar.
Um projeto secreto da Guerra Fria, destinado a enterrar mísseis nucleares na Groenlândia, inadvertidamente levou à descoberta de que a camada de gelo do país derreteu há 416.000 anos, sugerindo uma sensibilidade maior ao aquecimento global e potenciais futuros aumentos significativos no nível do mar.

Perfurar milhares de pés através de uma gigantesca camada de gelo não foi uma tarefa fácil, mas era isso que atraía o exército. A coleta de núcleos de gelo para estudos científicos servia como uma cobertura perfeita para a real intenção deles: enterrar mísseis nucleares na camada de gelo da Groenlândia, como parte de um programa conhecido como Projeto Iceworm.

O projeto, realizado no auge da Guerra Fria, não produziu os resultados desejados pelo exército. Mas, quando foi abandonado em 1967, cientistas já haviam coletado núcleos de gelo suficientes para estudar o antigo clima da Groenlândia.

Junto com o gelo, os cientistas coletaram 12 pés de sedimento que se encontravam abaixo da camada de gelo. A maioria dos cientistas estava interessada apenas no gelo, então os núcleos de sedimento foram etiquetados, armazenados em potes de biscoitos e esquecidos.

Isso, até que cientistas dinamarqueses redescobriram os núcleos de sedimento em 2018 e os enviaram para Paul Bierman, geólogo da Universidade de Vermont. Lá, o doutorando de Bierman, Andrew Christ, encontrou algo inesperado - sinais de vida.

Eles descobriram que o gelo da Groenlândia havia derretido no passado recente, o que foi incrivelmente surpreendente, disse Christ ao Insider.

Essa descoberta inicial ocorreu há mais de dois anos, mas só agora os cientistas determinaram quando a camada de gelo do país derreteu. A equipe de 21 pesquisadores publicou suas descobertas na última semana na revista Science.

O artigo indica que, há apenas 416.000 anos, a camada de gelo da Groenlândia derreteu, e os níveis do mar estavam entre cinco e vinte pés mais altos comparados a quando a camada estava congelada. Isso significa que a atual camada de gelo é muito mais sensível ao aquecimento global do que se pensava anteriormente, relataram os cientistas.

"O antigo solo congelado de baixo da camada de gelo da Groenlândia adverte sobre problemas futuros", escreveram Bierman e sua co-autora Tammy Rittenour em The Conversation.

Mais sensível ao aquecimento

O derretimento parece ter ocorrido muito antes do que os cientistas previam. Estimativas anteriores indicavam um largo período para o degelo, dizendo que ocorreu em algum momento no último milhão de anos.

A Terra naturalmente passa por fases mais quentes e mais frias, de acordo com o Climate Change Resource Center. Voltando a 416.000 anos atrás, estávamos em um período mais quente.

Os pesquisadores acreditam que esse período mais quente foi causado por ciclos normais, pois mediram a quantidade de gases presentes na atmosfera ao analisar as moléculas congeladas nas amostras.

Eles determinaram que os níveis de gases de efeito estufa eram muito menores naquela época do que são hoje, Christ contou ao Insider.

Portanto, se o aquecimento natural e moderado causou o derretimento do gelo, significa que a camada de gelo do país é mais sensível às mudanças de temperatura do que os cientistas originalmente pensavam, explicou Christ. Ele e Bierman disseram ao Insider que suas descobertas indicam que a camada de gelo provavelmente será sensível às mudanças que causamos no clima.

Nos próximos séculos, a crise climática fará com que a camada de gelo da Groenlândia derreta completamente, disseram os pesquisadores. "Não vai acontecer amanhã. Mas vai acontecer cada vez mais rápido", disse Bierman.

Isso provocará um aumento do nível do mar de cinco a mais de vinte pés, segundo o artigo. O que essa quantidade de água faria com uma cidade como Miami ou a ilha de Manhattan, por exemplo?

Usando o visualizador de elevação do nível do mar da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, Bierman mostrou ao Insider as consequências.

Aos poucos, a água vai consumindo ruas, depois quadras e, em seguida, bairros. O visualizador atinge o máximo em dez pés, mas Bierman disse que as pessoas deveriam pensar no que aconteceria se as águas subissem ainda mais.

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