Por Victor Viana
Anitta é a maior artista brasileira da atualidade, mas ocupar esse cargo não é tão fácil. A cantora é alvo de críticas diariamente e na noite da última quarta-feira (10) foi acusada de fazer apropriação cultural mais uma vez. No entanto, a carioca não ficou calada e resolveu responder os fãs. Quer saber mais sobre essa discussão? Então vem com o Purebreak.

Anitta foi acusada de apropriação cultural na última quarta-feira (10) depois que o teaser do clipe de "Muito Calor", parceria com o astro Ozuna, foi divulgado na internet. Entre as cenas mostradas, em uma delas ela aparece na laje de uma casa na favela e com os cabelos bem cacheados, além de estar com uma roupa bem sensual. Ou seja, uma caracterização parecida com que já vimos em "Vai Malandra" e "Bola Rebola". Assim que a prévia começou a viralizar na internet, vieram as críticas. No entanto, dessa vez a Anitta não ficou calada.

Além de muitos comentários sobre a cantora ter "se transformado em negra", muita gente criticou o fato da artista estar sempre explorando espaços populares, como as favelas, em seus clipes. Aparentemente exausta das reclamações, a namorada de Pedro Scooby respondeu o comentário dos seguidores. "Meu Deus! Que loucura! 1 - 'Onda diferente' é um hit. O clipe foi gravado em Los Angeles. Cantado em português. Tem feat brasileiro e feat gringo importantíssimo. Estão começando a ouvir fora do Brasil mesmo sendo em português. 2 - O único videoclipe MEU gravado em uma favela se chama "Vai Malandra". Os demais são clipes onde eu fui CONVIDADA como feat, assim como esse. 3 - O clipe mostra diversos pontos do Rio de Janeiro que o diretor gostou. Dentre eles: escadas da Lapa, Pão de Açúcar, Cristo, praias e etc... 4 - Quando eu era criança meu cabelo era mais enrolado que nesse do vídeo. Eu que meti produto na adolescência e ele mudou para sempre. 5 - Vocês nunca estão satisfeitos", escreveu.

Anitta responde críticas do seguidores sobre apropriação cultural
Anitta responde críticas do seguidores sobre apropriação cultural

O que é apropriação cultural?

Basicamente, apropriação cultural é a ação de adotar alguns elementos específicos de uma cultura que não é a sua. Por exemplo: pessoas brancas usando turbante. A peça é um símbolo religioso comum em muitas culturas africanas e possui uma uma ligação com os costumes originais dos negros escravizados no período colonial. Como vivemos em uma sociedade pautada por hábitos e costumes europeus, o turbante se tornou um símbolo de resistência.

A grande questão é que elementos antes marginalizados passaram a ser visto de outra forma por conta do capitalismo, que se apropria de algumas culturas para lucrar. É como se uma marca muito famosa e cara começasse a produzir seus próprios turbantes e divulgar isso com e para pessoas brancas. Ou seja, depois de dizer que aquilo "não presta", o capitalismo transforma isso em produto e "apaga" o seu valor cultural.

As pessoas são livres para usar aquilo que querem, mas é preciso entender a motivação disso. Pessoas negras usam turbante há anos, mas a peça só passou a ser aceita por todos quando pessoas brancas começaram a usar também. E isso é a apropriação cultural.

A Anitta faz apropriação cultural?

E onde entra a cantora em toda essa história? "Muito Calor", "Bola Rebola" e "Vai Malandra" são alguns exemplos de clipes em que Anitta utiliza características mais populares. A grande questão é que acaba rolando um certo exagero na construção da imagem criada por ela mesma - e que nós sabemos que não condiz com a sua realidade. As favelas são regiões muito marginalizadas, assim como os seus moradores. No entanto, é só quando a Anitta entra nesses espaços para produzir clipes incríveis que essas regiões passam a ser vistas de outro modo e são aplaudidas.

Apesar de possuir uma origem popular, Anitta não é mais uma jovem simples de Honório Gurgel. Ela tem sua própria mansão, faz viagens internacionais e usa roupas muito caras. No entanto, na hora de produzir seus clipes, a artista se apropria de uma outra cultura para fazer sucesso, reforçando o bronzeado e deixando o cabelo mais cacheado. O fato dela poder transitar entre esses "dois lugares" é o que reforça a ideia de apropriação cultural.

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