João Maturana Estagiário
De sangue 100% escorpiano, João é filho do divórcio de Taylor Swift e Harry Styles e se encontrou no mundo da cultura pop.
Estamos no setembro amarelo. O mês de prevenção ao suicídio no qual nos unimos para nos conscientizar sobre questões relacionadas à distúrbios psicológicos. Nesse período - assim como no resto do ano todo - é importante que a gente fale bastante sobre esse assunto que é considerado tão tabu na sociedade. Mas na hora de ajudar alguém próximo que está lidando com algo assim, o quão longe podemos ir até que isso prejudique a nossa própria saúde mental?

Atualmente, quase todo mundo conhece alguém que sofre com algum transtorno psicológico. Depressão, ansiedade, entre outros distúrbios mentais se tornaram cada vez mais comuns nos últimos tempos e já passou da hora de falarmos sobre isso abertamente. Quando alguém que amamos revela enfrentar algo assim, sempre queremos fazer o possível para ajudar, mas a verdade é que precisamos tomar certos cuidados para que não acabemos afetando a nossa própria saúde mental com isso.

Para comemorar o setembro amarelo, em que colocamos assuntos relacionados a distúrbios psicológicos em destaque, o Purebreak Brasil entrevistou a psicóloga Livia Marques para saber qual o limite que devemos adotar na hora de ajudar alguém que precisa.

Para a profissional, a primeira coisa que temos que entender é que precisamos dar mais oportunidades para o diálogo sobre saúde mental no nosso país. Sem que tenhamos conhecimento e possamos acabar com mitos preconceituosos, não temos como ajudar ninguém. "Auxiliar e ter informações para ajudarmos precisa ser acessível a todes", afirma.

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Como saber se estamos passando dos nossos próprios limites?

Marques ainda explica que, para saber quando estamos cruzando os nossos próprios limites em prol de ajudar o outro, precisamos perceber "quando há um emaranhamento do que é meu e de outras pessoas". "Quando não sabemos o que é realmente autoconhecimento e autosacrífico de nós", explica a psicóloga. Ela finaliza: "Saber até e como eu posso ir e o outro vir também é cuidado".

Continuando na conversa, Marques nos conta como podemos ajudar outra pessoa sem deixar isso afetar tão profundamente a nossa saúde mental. Para ela, a resposta é simples: "Autoconhecimento". "Costumo dizer, às vezes, que quando estamos em acompanhamento psicológico conseguimos lidar com nossas emoções e questões que possam ou não abater", conta.

Como reconhecer até que ponto podemos exigir algo de alguém?

E no caso de estarmos do outro lado da situação - ou seja, pela visão da parte de quem precisa da ajuda -, precisamos nos entender melhor e saber diferenciar quando estamos passando dos limites e quando estamos nos sentindo um "fardo" ou tendo emoções geradas por ansiedade, entre outros transtornos.

"Por muitas vezes, a pessoa que está em adoecimento não percebe que está exigindo demais. Pode ser que ela vá do zero ao 100 muito rápido, que acredite que não precisa de ninguém (zero) ou que ninguém quer ajudar (100), por exemplo. [O emaranhamento] Vai muito também da psicoedução dessas questões", entende.

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Por fim, Marques cita algumas expressões como "Fardo" ou "Só dou trabalho" para explicar a importância de falarmos mais sobre saúde mental. "Às vezes ouvimos isso, pois é muito complicado falar e cuidar de saúde mental quando a mesma é dita de ser frescura. E não é!", reforça. E reconhece: "Acolhimento e cuidado fazem parte do nosso dia a dia".

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